Lua de Sangue. Livro 2 (Completa)

Capítulo 26

Existe um ditado que diz que a pressa é inimiga da perfeição. Mas para nós fazer tudo as pressas é a única chance que temos de encontrar Rubi antes que o ritual aconteça.

Dominic entra na floresta a mais de cem quilômetros por hora. Black Neon começa a dá supapos quando entra em contato com a estrada de terra, pois ele não foi feito para andar nesse tipo de solo, muito menos a essa velocidade toda. As árvores ao nosso redor parecem um borrão quando passamos por elas.

É quase duas da manhã, então temos poucas horas antes da próxima lua chegar ao seu ápice, que acho que é quando o ritual será realizado.

A única vantagem que temos é que Bethany está na capital e quando ela chegar mais tarde estaremos preparados para pegá-la. Como não pude perceber? Como me deixei ser enganada novamente? Agora tudo começa a fazer sentido. Bethany é possuidora de um conhecimento sobrenatural. Então isso a faz dela a pessoa perfeita para ajudar a realizar o ritual.

—A gente vai conseguir, Kim. –Dominic põe sua mão em cima da minha e aperta meus dedos.

Olho pra ele e pela penumbra do carro consigo ver sua mandíbula cerrada, as sobrancelhas juntas, seu olhar concentrado. Mesmo estando tenso e preocupado ele tenta me passar algum tipo de conforto.

—Eu sei. – concordo num tom de voz falso. Levo seus dedos aos lábios e os beijo carinhosamente. Queria ter o mesmo otimismo que ele, mas por causa do que aconteceu sete anos atrás e com o que está acontecendo agora, faz eu duvidar de mim mesma. Se não consegui evitar que o Conrado matasse minha mãe, como vou conseguir evitar que um ritual, que envolve forças ocultas, seja realizado?

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Disparo para dentro de casa assim que Dominic para o carro quase na porta.

—Vou dar uma olhada ao redor. –ele avisa por trás de mim.

Concordo sem me virar e subo os degraus da escada de dois em dois.

O quarto que a Rubi costuma dormir é ao lado do meu.

Atravesso o corredor estreito sentindo meu coração ficar do tamanho de uma ervilha. Sentindo como se todo o ar tivesse tirado de meus pulmões, me encosto na parede, me curvando para frente.

—Como fui deixar as coisas chegarem a esse ponto? –questiono-me, com lágrimas queimando meus olhos.

Se algo acontecer com a Rubi não sei se vou conseguir me recuperar de mais essa grande perda.

Ela, Dante, Dominic, Bryan, Jess e até o embuste são a única família que me restaram e não posso me permitir perder mais um membro se quer.

Pensar na Rubi por aí sozinha, a mercer de pessoas estranhas que a querem fazer mal, faz meu peito doer e não aguento, explodo em um choro silencioso com direito a soluços reprimidos.

Ah, qual é! Vai ficar ai de chororô ou vai a luta? Todos estão contando com você! Tá na hora de pôr em prática tudo que aprendeu em Amesterdão. Me repreende meu inconsciente.

Assinto como se estivesse concordando com uma pessoa e enxugo meu rosto molhado.

Respiro fundo, limpando a água do meu nariz na manga da minha jaqueta jeans e coloco a mão na maçaneta da porta, mas paro quando ouço um barulho vindo do meu quarto.