Lua de Sangue. Livro 2 (Completa)

Capítulo 24

Apresso-me em pôr a camiseta rosa bebê de volta e minha calça jeans. Aaron pode precisar de ajuda para enfrentar seja lá o que for e quero estar lá pra ajudá-lo, não por ele, pois não esqueço que ameaçou Bryan, mas para provar pro Dom que posso me cuidar e que posso dar conta de qualquer eventual perigo.

Sento na ponta do sofá-cama e calço meu pesado par de coturnos pretos.

Dominic faz o mesmo e se veste com a mesma velocidade que a minha, o semblante ainda fechado.

Fico em pé com um suspiro e vou até o cabideiro perto da porta de entrada, pegar minha bolsa de franjas que está pendurada nele.

Tiro minha jaqueta jeans de dentro, visto-a, arrumando meus cabelos por cima da gola, num movimento rápido.

—Tem mesmo que ir? –Dominic indaga, novamente. 

—Claro. Dante pediu e eu vou. –respondo vasculhando minha bolsa.

Ele aperta os lábios numa linha fina, não gostando nada da minha resposta.

—Mas você não é um lacaio dele! Pelo contrário, você é a líder dele e de todos!

Tiro os olhos do que estou fazendo e o encaro.

—Eu sei. Mas por enquanto prefiro deixar como está. Depois vejo como vou lidar com essa situação. Uma coisa de cada vez, ok? 

Desde quando descobri que sou a reencarnação da verdadeira lider da organização, tenho pensado em como vou fazer para recuperar o meu posto e nas mudanças que pretendo fazer nas leis e nos códigos da Lua Negra, isso se eu sobreviver a lua de sangue. 

Dominic corre os dedos pelo cabelo revolto, o rosto contraído, porém não diz mais nada. 

Prendo seis estrelas ninjas, três em cada lado,  num suporte preso por dentro da jaqueta.

—Estou pronta e você? –pergunto.

Ele assente com as mãos dentro do casaco preto.

Caminho em direção a saída, mas paro quando não ouço seus passos me seguindo.

Giro nos pés.

—O que foi?

—Nada, só preciso ir ao banheiro. –ele responde com um sorriso torto, forçado. —Dá pra você ir tirando o carro da garagem? –pede jogando as chaves para mim.

Sorrio.

—Claro. –pego-as no ar e saio.

☪

Estaciono o black neon em frente ao loft. Me escoro nele para esperá-lo. Olho para cima e daqui consigo ver o Dom falando ao telefone através das grandes janelas de vidro.

Com quem será que ele está falando a essa hora da noite?

Meu lindo e amado namorado anda muito obcecado com a minha segurança ultimamente. Não sai de perto de mim por nada. Sei que ele só tá preocupado comigo, mas já tá começando a me dar nos nervos tanta proteção. De ter gente me vigiando o tempo todo.

Sete anos sobrevivendo sozinha em Amsterdã, me fez sentir o gosto da liberdade e apreciá-la de todas as maneiras. Agora tô me sentindo como se tivesse presa em uma jaula da qual não posso escapar.

Nos acomodamos nos assentos em silêncio. Dominic não me diz com quem estava falando e nem eu o questiono, se fosse algo importante tenho certeza que ele me contaria.