Lua de Sangue. Livro 2 (Completa)

Capítulo 15

A caminhada foi longa e lenta porque Dominic ainda está tonto por causa da pancada na cabeça. Ele disse que foi atacado por trás enquanto seguia pela floresta farejando o cheiro do assassino(a) do caçador.

Finalmente chegamos na comunidade Villa Lobos e Dominic é recebido por todos com aplausos. A felicidade de tê-lo de volta sã e salvo é visível no rosto de cada um assim que atravessamos o portão principal.

Ele se apóia em mim com um braço ao redor dos meus ombros enquanto caminhamos em meio as fileiras de pessoas(lobos).

—Por Gaia! Meu filho está vivo! –Eleonora joga os braços ao redor do filho, puxando-o para junto de sí. Sou obrigada a me afastar enquanto ele é engolido pela mãe e pelos irmãos.

Cruzo os braços observando-os a uma curta distância. É incrível como todos eles se parecem com a mãe. Todos tem os cabelos pretos, olhos escuros e pele morena-clara. Dominic tem quatro irmãos –três mulheres e um homem que é gêmeo com uma de suas irmãs, Aimeé.

Aimeé cresceu e se tornou uma bela jovem de vinte anos.

—Obrigada. –ela diz olhando em minha direção.

Assinto e pisco.

—Já fez a sua boa ação, então tá na hora de dá o fora daqui. –diz alguém chegando por trás de mim.

Viro a cabeça para trás e vejo a garota que estava com a filha do Dom quando vim aqui outro dia.

—Como?

—Aqui só tem família e não tem lugar pra você. Estamos todos gratos pelo que fez, mas já pode ir andando, caçadora. –ela diz dando ênfase no nome caçadora.

Os olhos da garota que parece ter pouco mais de vinte anos estão grudados no Dom. E com isso me dou conta do por quê de tanta hostilidade comigo. Ela está com ciúmes porque é apaixonada por ele.

Sigo seu olhar.

—Ele é o alfa de vocês né? –pergunto como quem não quer nada.

Ela assente.

—Então, só vou embora quando ele mandar. –meu tom de voz soa tão natural quanto respirar. Aprendi com a Rubi a sambar na cara das inimigas sem perder a classe e a educação.

A garota estreita os olhos, claramente supresa com a minha resposta. Com certeza esperava que eu fosse sair daqui com o rabinho entre as pernas e provavelmente era isso mesmo que ia acontecer, se eu ainda fosse a antiga Kim.

Ela joga os cabelos por cima dos ombros e me encara de frente, tentando parecer intimidadora.

—Você deveria ter vergonha na cara. A alma da minha irmã mal descansou no descanso eterno e você já está correndo atrás do marido dela.

Sinto toda confiança se esvair de mim.

—Você é cunhada do Dom?

—Sim. –ela responde com um brilho no olhar, se sentindo vitoriosa por ter conseguido me deixar constrangida.

Eu ia ficar calada, mas ao erguer o meu olhar e ver o seu sorrisinho de canto de boca, de triunfo. Resolvo responder.

—Então acho que quem deveria criar vergonha na cara é você por pensar no seu "cunhado" dessa forma já que a alma da sua irmã mal descansou no descanso eterno. –cuspo as palavras.

A garota trinca os dentes.

—Não sei de que forma você acha que eu penso no meu cunhado! –ela esbraveja de punhos cerrados.

—Tem certeza? Dá pra ver na maneira em que olha pra ele.

—Olha aqui sua...

—Kimberly! –Eleonora caminha até nós com os braços estendidos para mim.