Capítulo 12

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O cara assassinado se chamava Jason Parker. Tinha vinte anos. E era um dos caçadores da Lua Negra. Depois que constataram sua morte, o corpo foi levado para o senhor Lee examinar.

—Não entendo. Por que matar Jason? –Dante comenta quando saímos do carro.

— Para o ritual? –sugiro.

Ele balança a cabeça, pensativo.

Rubi abre a porta para nós e entramos em casa.

Dante vai direto pro escritório avisar os outros membros do conselho sobre mais esse assassinato. E Rubi o segue discutindo sobre o lance da faxina.

Bethany está curvada sobre um dos seus livros antigos em cima da mesinha de centro da sala, lendo e fazendo anotações em um caderno.

Desabo ao seu lado no sofá.

—Você estava certa. –confirmo, com um suspiro.

—Sobre o quê? –ela murumura com sua atenção voltada para o livro.

—Sobre o lugar marcado.

Bethany para de escrever e se vira para mim com as sobrancelhas finas juntas, numa expressão confusa.

—Não faço ideia do que você está falando. – diz com firmeza.

—Tá brincando comigo?

Ela me encara com o rosto completamente franzido.

—E eu tenho cara de quem fica por aí de brincadeira com as pessoas?

—Pera aí, você não falou comigo hoje de manhã?

Ela nega.

—Eu saí para colher flores silvestres, como faço todas as manhãs, e quando voltei, não tinha mais ninguém em casa.

Tiro a franja dos olhos, nervosa.

—Meu Deus! –exclamo. —Falei com alguém que era você, mas não era, como isso é possível?

Bethany larga a caneta de lado.

—Alguém que entende muito de magia pra conseguir copiar a aparência de outra perfeitamente.

—Tem sobre isso em algum dos seus livros? –pergunto.

Ela assente.

—Mas o livro está na minha casa em Sacramento.

—Droga. –cruzo os braços, bufando.

—O que mais me intriga é que esse tipo de feitiço só pode ser realizado por um xamã, assim como também o ritual de sangue... –Bethany faz uma pausa levantando o olhar em minha direção e nos duas nos encaramos chegando a mesma conclusão.

—Tem um xamã em Havenwood Falls! – exclamo contraindo o rosto de preocupação.

***
Dante ouve tudo em silêncio, com o olhar vago, pensativo. O que reforça ainda mais as minhas suspeitas de que ele sabe mais do que está nos contando.

—Mas era só o que estava nos faltando! Além de termos que lidar com um assassino sádico, agora aparece esse projeto de macumbeiro que pode muito bem se transformar em qualquer um de nós. Olha, a partir de hoje vou dormir com todas as minhas armas em cima da minha cama e temos que inventar um código para cada um de nós se identificar. –Rubi anda de um lado pro outro, visivelmente apavorada e não a culpo, saber que alguém pode andar por aí se passando por você, é de enlouquecer qualquer um, até mesmo ela que já é acostumada com bizarrices.

—Mas ele, ou ela, nos ajudou, então isso deve ser bom, não é? –olho de um para o outro buscando uma resposta concreta, mas nenhum dos dois diz nada.

Lua de Sangue. Livro 2 (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora