Capítulo 3

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Meu coração dispara e eu paro por um segundo. Merda, ontem fiquei o dia todo me perguntando se ele sabia que eu que seria a advogada chefe da sua maldita firma, e parece que a resposta é não, me dirijo rápido ao elevador e Carlos fica ao meu lado.

- como foi a visita ao chefe? -  ele está sorrido, e eu não consigo responder ainda meio chocada- está tudo bem? Até parece que você viu um fantasma.

- está, esta tudo bem sim, é que... visitas a chefes me deixam meio intimidada.

- entendi.

A porta do elevador se abre e quando está prestes a se fechar Virgilio aparece na porta com uma cara tão chocada quanto a minha.

A porta do elevador se fecha, e eu solto a respiração que nem percebi estava segurando.

- e então você topa?- diz Carlos, me tirando do transe.

- o que?

- tem certeza que ta tudo bem?

- sim, só estou meio distraída.

- te chamei pra almoçar.

- a, claro! Vai ser um prazer.

- então passo na sua sala as 11, pode ser?

- claro - digo sorrindo quando a gente se separa e eu vou pra minha sala.

Abro a pasta que Virgílio me deu e vejo que por dentro ela é toda personalizada, com desenhos de prédios e plantas e outros desenhos aleatórios, e um me chama muito a atenção, o desenho que se parece exatamente com o anel que eu uso dês que eu ganhei com 15 anos.

- Isabela quando tiver um tempinho vem até a minha sala, por favor.

10 minutos depois ela aparece.

- me chamou?

- quem desenhou isso? -- lhe mostro o interior da pastinha.

- todos os donos da firma, eles desenharam e personalizam todas as pastas.

- e o que são todos esses desenhos?

- a planta do antigo lugar da firma e alguns desenhos que marcaram muito os chefes.

- você sabe quem desenhou isso?

- saber certeza eu não sei, mais ao longo dos anos eu e os outros tentamos adivinhar de quem é o desenho pelo traço, e achamos que é o senhor Virgílio, porque a pergunta?

Mostro pra ela o meu anel.

- você tem tempo pra uma história?-  ela diz que sim, conto pra ela toda a história, dês do nosso primeiro beijo, até os minutos antes no escritório.

- que bizarro, e a parte do elevador, sinistro.

- então, parecia que ele precisava checar se realmente era eu ou sei lá. E agora vou ter que ver ele para entregar os contratos o tempo todo.

- eu entrego se quiser.

- não, ele disse que era pra eu entregar sempre em mãos, porque era bem importante, eu estou ferrada.

- é só fingir que nada está acontecendo. Eu tenho que voltar para o trabalho mas quer almoçar?

- vou almoçar com o Carlos, mas quem sabe sair anoite?

- Carlos? Quero saber a história , a gente combina a hora do jantar depois.

- está pronta?- diz Carlos que chega quando Isabela ainda está na porta.

- estou sim

Fomos almoçar em um restaurante próximo, foi um almoço bom e muito agradável, eu me diverti muito, mas não consegui tirar aquele momento no elevador da cabeça.

- acho melhor nos voltarmos para o escritório.

- concordo, a conta, por favor.

Depois de uma briga para ver quem ia pagar, em que ele acabou tirando o envelope da minha mão e dizendo que é por sua conta, nos fomos em direção a firma.

Ao subirmos e nos despedimos Isabela vem em minha direção.

- ele esteve aqui!

- o que?

-  ele estava te procurando.

- ai meu Deus, devo ligar?

- não, ele disse que não era nada importante, disse para eu fingir que ele nunca esteve aqui.

- graças a Deus, obrigado Isabela.

O resto do dia passou normalmente, e no final do expediente Isabela me levou em um lugar onde todos frequentavam para relaxar depois do trabalho.

Entro e já me sinto em casa com o cheiro de cerveja e cebolas fritas, Isabela me apresenta a todos e eu me senti muito confortável com o pessoal.

- senhorita Alicia, é um prazer conhece-la - diz Carlos com tom de ironia e com uma risada boa de se ouvir.

- o prazer é todo meu cavalheiro- digo com o mesmo tom, ele parece mais relaxado fora do local de trabalho, e isso o deixava mais fofo e descontraído.

Depois de beber uma cerveja e me divertir muito, vi que já estava na hora de ir embora.

- eu te acompanho- diz Carlos

- não precisa.

- eu quero. Então táxi ou a pé?

- está afim de andar 8 quarteirões?

- se for com você- o seu sorriso bobo me derrete.

-táxi, por favor, e eu pago.

- tudo bem jovem dama, você paga.

Chegamos na minha casa e descemos do táxi.

- obrigada mas não precisava mesmo, onde você mora ?

- na verdade, é do lado do prédio da NYA- diz rindo.

- você é louco, eu te convidaria pra entrar mais já tá tarde.

- eu entendo, da próxima.

Ele me abraça e me da um beijo no rosto.

- ate amanhã jovem dama.

Ele diz após entrar no táxi e eu sorrio, foi um dia muito longo, preciso muito descansar.

Meu Chefe     (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora