Capítulo 7

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Douglas Velásquez

Era uma noite fria, na "terra da garoa." A despeito disto, as luzes dos prédios misturadas à dos veículos, davam a sensação de que, a cidade literalmente, fervia. Com milhares de pessoas apressadas para seus compromissos, suas festas, seus encontros, suas vidas...

Douglas estava de sentado numa poltrona, na sacada do seu apartamento, tentando desvendar, a misteriosa mulher que ele permitirá, invadir sua vida.

Elleonor Valdez, era uma mulher única! Seus olhos verdes doces, fariam um homem implorar por seu amor, mais ela si quer, parecia saber que possuía, tal poder. Apesar deste fato, ele não queria se deixar levar por ela. Afinal, Elleonor era uma Valdez! Os Valdez são como as cobras, ao se deparar com uma, deve - se ter o máximo de cautela! Branca e Humberto são conhecidos pela frieza e perspicácia no ramo dos negócios.

Humberto Valdez era um empresário firme em suas negociações, enquanto recebia auxílio de sua querida esposa socialite influente. Os dois formavam uma dupla implacável!

Então, será que a filha mais velha era feita do mesmo material que a outra, Caroline. A cópia de dona Branca, o contrário de Elleonor.

Pensar no sorriso dela fez seu coração bater mais forte! Estranho...

- Senhor? Gostaria de saber se precisará dos meus serviços.

Olhando para o homem, de idade avançada, parado na soleira da porta, e acenou com a cabeça.

- Não, meu amigo. Você está liberado.

Antes de sair o homem hesitou, o que não passou despercebido ao moço.

- Algum problema, Bartolomeu?

- É, que você me pareceu um tanto estranho hoje. Quer conversar?

Inspirou profundamente, confirmando.

- Eu, conheci Elleonor Valdez.

- E, já vi que a moça é bonita.

- Não, quer dizer, sim, ela é bonita...

Bartolomeu fez um gesto com a mão, para o incentivar a falar.

- Ela é totalmente diferente dos pais. Simples e sorridente, meiga e forte, quando soube que vinha trabalhar aqui, bom confesso, que a imaginava, igual a irmã.

O amigo a frente dele fez uma careta, ao lembrar - se de Caroline Valdez. Tão arrogante quanto a mãe.

- Decepcionado, meu caro?

Douglas passou as mãos nos cabelos negros e sorriu.

- Não, surpreso.

- Isso é bom.

Seu sorriso sumiu, memórias doloridas, voltaram a sua mente.

- Se me permitir, senhor? - Ele revirou os olhos para o amigo mais velho. Já havia insistido diversas vezes, que parasse com a formalidade exagerada.

- Diga, meu bom homem. - Os dois riram.

- Sinceramente, acho que o senhor já passou tempo de mais sozinho. Tinha que sair, encontrar uma boa garota e sei lá! Casar e ter muitos filhos. Uma família enobrece o homem.

Ficaram quietos por um longo tempo.

- Não, posso.

- Esquece aquela mulher! Nem todas são como ela sabia?

Dando se para ombros, apenas sorriu triste para o amigo. Agradecido, por ainda tê - lo ao seu lado. Despediram - se. Bartolomeu se foi para casa, sua família o aguardava para uma reunião.

A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora