Capítulo 14

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A volta pra casa foi deveras triste para Elly, quase chorou ao se despedir dele no carro. Douglas quis subir até o apartamento dela, porém após uma despedida calorosa deu - se por satisfeito.

Eles não dormiram juntos, apesar do desejo de compartilhar a mesma cama ser latente, não o realizaram. Ela por acreditar no sexo após o casamento, ele por respeitar sua opinião. Na tarde do dia seguinte, chegaram em clima intimista. Foi difícil para Elly concentrar - se no trabalho nos dias subsequentes. Seu pensamento alternava entre sua filha e o homem de forte caráter que tinha o poder de fazê - la perder o ar. Seu coração disparava ao vê - lo, e se perdia em seus beijos.

Haviam se passado uma semana, desde então, poucas foram as vezes em que se encontraram à sóis. É bem verdade que almoçaram algumas vezes, ou assistiram futebol no meio da semana, com tudo ao final passaram a maior parte do tempo entre reuniões e compromissos de trabalho.

Por isso, quando Elly foi chamada para ir à sala de Douglas, atendeu - o prontamente. Todos na empresa notaram a mudança de humor do patrão, que estava mais sorridente do que o normal.

Elly parou ao lado da mesa da secretária de Douglas.

- Boa tarde, senhorita Elleonor. Ele está no fim de uma reunião com investidores, pediu que esperasse um pouco.

- Boa tarde, Miranda. Tudo bem, eu preciso entregar o relatório projeto pra ele.

Elly sentou na poltrona pondo as pastas sobre as pernas. Checando sua agenda no celular. Poucos minutos se passaram até a porta da sala se abrir, Douglas se despediu de dois homens de meia idade. Ele estava sério, em momento algum esboçou intimidade com ela.

- Senhorita Elleonor, por favor. - Seus olhos azuis inexpressivos a seguiram com atenção. - Não transfira nenhuma ligação.

- Eu trouxe o relatório do projeto... - Douglas a segurou contra a parede ao lado da porta. - O que é isso? Douglas?

- Vou explicar com detalhes. - Sussurrou antes de beijá - la. Cada vez que o fazia ele a deixava ainda mais entregue. Largando as pastas que trazia, o enlaçou pelo pescoço, abrindo a boca para aprofundar o beijo.

- Agora, eu entendi. - Disse sorrindo.

- Precisava te ver. - Deu um beijo de leve. - Hoje à noite vou a um jantar de negócios, com um grupo de australianos.

- Pobrezinho...

- Eu queria um estímulo, sabe? Para não morrer de tédio, antes da meia noite. - Ele falava com o rosto enterrado no pescoço de Elly. - Seu perfume me deixa zonzo.

- Querido... Os relatórios?

- Você acha que eu quero saber disso? - Olhando - a com um olhar azul brilhante. - Elleonor, não nos vemos há três dias, se você não notou?

- Muito trabalho... - Respondeu sem jeito. O quando o viu baixar o olhar, sentiu uma certa apreensão vindo dele. Então, resolveu confessar... - Eu também... Senti sua falta.

Um grande sorriso narcisista iluminou o semblante dele, os cabelos ondulados penteados de lado, agora caia sobre a testa larga. Somando este fato ao contexto, temos uma beleza única, capaz e apaixonante completamente disposto a atraí - la para ele.

- Foi difícil, confessar? - Elly confirmou com um pequeno aceno. Ele não sorriu. Pegando em sua mão, a conduziu até o sofá de couro marrom que decorava a sala. Sentando - se no móvel puxando ela, para se aconchegar ao seu lado com as pernas sobre ele. - Está confortável, senhorita?

- Sim, mas por que isso?

- Vamos matar as saudades. - Respondeu balançando as sombrancelhas negras com humor.

A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora