Capítulo 32

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O jantar transcorreu exatamente como Caroline havia imaginado, foram inúmeras as criticas ao seu novo estilo de vida simples. Ainda assim, seus pais foram doces e cordiais, tentando agradar a vítima mais provável para seu sacrifício de horror. Obviamente aguardavam uma boa oportunidade, para o bote perfeito. Era triste para ela pensar tais coisas dos pais, mas era necessário estar em alerta, quando se tratavam dos seus queridos pais.

Por ter acabado tarde o jantar, Caroline se vira forçada a aceitar o convite dos dois para dormir em seus antigo quarto e aproveitar o final de semana em família, em nenhum momento falaram de sua irmã, deixando claro que não seria bem vinda em seu meio. Por fim aceitou, com a promessa de ser deixada no trabalho pelo motorista de Umberto, na segunda de manhã. Em um momento a sóis, ele lhe agradecera por ficar, demonstrando certa preocupação pela esposa.

- Querida, estou pedindo apenas desta vez. Sua mãe esta um tanto... Quanto "carente de sua companhia." - Foram as palavras usadas por seu pai para persuadi - la ficar e passar o dia seguinte com sua mãe, e mesmo sabendo se tratar de uma possível armadilha deixou - se envolver com a intenção de ajudar sua irmã. Fato era que o nome de Eleonor não fora mencionado em qualquer momento a noite toda.

Sentia - se em débito com Eleonora, após anos de desavenças e humilhações causadas pelos planos absurdos de sua mãe, não se furtaria desta oportunidade única. No momento certo durante aquele final de semana Caroline faria uma varredura no escritório de seu pau, com certeza encontraria algo que pudesse contribuir no que quer que sua irmã precisasse. Sentiu - se um tanto ridícula em tal situação, afinal nem ao menos sabia o que procurar...! Lembrou - se do olhar de rejeição da irmã no hospital, e se fortaleceu...

Eu nunca mais quero que minha irmã me olhe daquele jeito, quero ser a irmã que Eleonor merece e quero ter a irmã que sei que mereço... - pensou secando as lágrimas do rosto.

Tomou um banho quente rápido, vestiu um pijama de algodão e foi deitar - se pensando nos problemas em que sua irmã se metera, e ainda tinha Ramires... Ele não saia do sua mente, mesmo que não desejasse. Lá estava ele, com sua camisa amarrotada e cabelos desgrenhados, cercando seus pensamentos. Após o ocorrido no hospital mau se viram, e quando se esbarraram no elevador suas falas não passavam de meros cumprimentos.

O sono a capturou em meio a sua última lembrança daquele olhar inexpressivo que escondia seus sentimentos. Sorriu, pensando que gostaria de saber, o que se passava naquela cabeça, quando a mirava assim.

Caroline acordou assustada com os gritos desesperados, que vinham do pátio dianteiro da mansão

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Caroline acordou assustada com os gritos desesperados, que vinham do pátio dianteiro da mansão. Demorou para seu cérebro entender que eram de sua mãe, talvez por ela ser tão fria não pudesse associa - la a uma mulher histérica. Pôs o hobby de seda rosa e saiu em disparada pelos corredores escada a baixo, logo no holl de entrada sentiu um forte calor que invadia todo o ambiente, o lustre de cristal trepidava, ao de dentro da mansão ouviam - se gritos dos funcionários ao telefone. Alguem disse: Corpo de bombeiros? Venham rápido! Ao chegar na porta principal, viu o motorista de seu pai segurando Branca pelos braços, numa tentativa alucinada de contê - la. O calor ficou insuportável!

Já às costas do homem, viu o carro de luxo de seu pai sendo consumido pelas labaredas do fogo. Caroline correu para a mãe temendo o pior.

- O que aconteceu?... Onde está meu pai? - Os olhos vermelhos de sua mãe pareciam saltar das órbitas, porém não a viram. Em sua expressão de horror apenas urrava:

- Não...!

- Onde está o meu pai!

- No carro... - O motorista respondeu bruscamente entre os dentes esforçando - se para que a patroa não corresse até o carro, já tomado pelas chamas. - Eu sinto muito...

- Pai...? - Assombrada com a cena apocalíptica, Caroline apenas estacou no local. Nunca em sua vida pensara na morte de seu pai. De certa forma todo pai é imortal parada os filhos, porém Humberto Valdez estava morto carbonizado dentro do próprio carro de luxo, e não por acaso... Alguém fizera aquilo a seu pai, alguém que o odiava tanto que o queria morto do pior jeito possível!

O pensamento surgiu como um raio no instante em que o carro explodiu lançando todos ao chão. Caroline virou o rosto para se proteger, foi quando vui sua mãe desacordada. Finalmente entendeu...

Humberto Valdez... Seu pai, estava morto.




A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora