Capítulo28

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Os dias seguintes ao atentado que sofreram seriam tensos, se não fossem as atenções dedicadas de Maiá e Adelaide. Ambas se uniram, num estranho pacto mudo intercessão pelo, o que julgavam como a frágil saúde de Elleonor.

Caprichosas, as duas dedicadavam - se a deixa - la sempre confortável. Com filmes e jogos ou compras e peças de teatro. No entanto, dona Adelaide foi quem tomara a atitude a leva - la a igreja que freqüentava em São Paulo. Uma denominação simples e aconchegante. Onde o pastor e os membros as receberá com grande prazer. Fora uma tarde gloriosa, há muito tempo Elleonor não sentia a paz da presença de Deus.

Tomando uma decisão de fé, entregou sua aflitiva missão nas mãos de Deus, confiando no seu poder. Fez disso a razão dos seus dias, mudando assim a perspectiva pela qual enxergava sua busca pela sua filha. Em sua mente julgava impossível encontra - la, com tudo reviveu os impossíveis realizados por Jeová nas escrituras sagradas, e cada palavra reencontradas ali, tiveram mais poder consolador do que quaisquer outras ditas noutro tempo. Aos poucos sua sede de justiça foi apaziguada pelo amor de Deus, que está em Cristo Jesus. 

Houve um dia após todo o ocorrido, em que Adelaide a pediu para acompanha - lá a uma visita na casa de uma velha amiga. Ao chegarem na casa muito simples, as duas foram recebidas por um imenso cachorro marrom de manchas brancas. O animal deu um único e retumbante latido, antes de farejar o ar. Logo uma mulher da mesma idade de Adelaide saiu da casa descendo uma rampa de pedras pelo quintal repleto de flores e árvores, seu sorriso luminoso não vacilou por um instante.

- Ora, sheik! Você é um preguiçoso. Por que não foi me chamar? - Ralhou com o cão, e como se respondesse a dona ele gemeu se aconchegando no seu lugar preferido, naquele momento a lateral do portão.

- Ele não mudou nada? Ainda é o mesmo velho preguiçoso e resmungão. - Adelaide comentou enquanto entrava.

- Ele é igual ao pai. Tem os mesmos defeitos daquele pulguento, mas não posso negar que é protetor quando necessário. - Deram - se um grande e caloroso abraço. - E você? Que saudades, minha amiga.

- Esta é minha nora, Elleonor a namorada de Douglas. Esta é minha amiga de infância, Suzana. - Adelaide apontou para a moça tímida ao seu lado.

- Mas, ela é tão linda quanto você me disse ao telefone. Oh, querida seja bem vinda. - Disse  aconchegando - a num grande abraço.

- Obrigada.

- Já começaram? - A sogra fez um gesto com as mãos convidando chamando - a.

- Não estávamos esperando vocês duas. - Suzana subia a rampa com destreza única, apesar da idade já avançada. Ao entrarem ouviu - se um intenso coro festivo de cerca de dez mulheres, algumas batiam palmas outras assobiavam, porém todas mostravam contentamento com a chegada das duas.

- Mocinhas, vocês estai lindas! - Adelaide cruzou a porta em plena euforia. Beijando e abraçando, ao mesmo tempo que apresentava a jovem às suas amigas.

- Meninas... Por favor, vamos começar? - Suzana, disse erguendo a voz para se fazer ouvir em meio a balbúrdia.

- Simmmm! - Responderam em unissondo riso.

- Vamos orar, então. - Todas curvaram suas cabeças de mãos dadas. Elleonor logo consentiu, aquele sentimento antigo de bem estar, a envolveu fazendo - a relaxada e receptiva. Lembrou - se dos cultos que Rosa a levava quando era criança, naqueles cultos era apenas a sobrinha da "irmã" Rosa, não havia a rejeição costumeira das outras crianças. Era um local acolhedor, de onde não queria sair, passou a infância e parte da adolescência acompanhando sua babá ao cultos.

- Eu sou a esposa do pastor Jonas, me chamo Éster. Estamos começando, mais um culto das irmãs, hoje na casa da nossa irmã Suzana. - Uma mulher alta de grandes proporções e olhar doce, falava com evidente animação de líder de torcida. - Hoje esta conosco, nossa irmã Adelaide e sua nora Elleonor. O que dizemos?

A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora