Capítulo 26

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A enfermeira tentava à muito custo limpar o corte na testa de Douglas, que não parava de repetir a mesma pergunta.

- Eu estou bem. Quando posso ver minha namorada?

- O senhor levou uma forte pancada na cabeça. O médico quer ver primeiro seu raio - x antes de liberar o senhor. - A enfermeira explicava com uma paciência invejável a Ramires que assistia a tudo com atenção.

- E minha namorada, Elleonor Valdez?

- Está sendo examinada pelo médico também.

Com um suspiro de resignação Douglas se calou. Esperando o telefone tocar com a ligação dos pais, que haviam voltado para o Rio de Janeiro, apenas três dias antes. Logo sua mãe ligaria histérica com as noticias na TV.

Apesar de ser divulgado na mídia se tratar de um assalto mau sucedido, a polícia estava tratando o caso como um seqüestro frustrado. E para Douglas ficou claro que o alvo era sua garota e que ele provavelmente seria executado, se não fosse sua pela ação rápida do seu motorista. O homem atingiu um dos assaltante com o carro, dando tempo o suficiente para o segurança ao lado do carona reagir sacando a arma desencadeando um tiroteio.

Foi terrível se ver em meio aquele caos desarmado, porém fora sua opção não usar armas há muito tempo, no entanto naquele momento sentiu falta de sua semi automática em mãos.

A enfermeira mando Douglas se deitar para esperar o médico voltar, este obedeceu sob o olhar duro da senhora gentil.

- Tem alguém além de você apaixonado pela Elleonor. - Comentou Ramires com um sorriso malicioso.

- Nossa, é mesmo?

- Pois é, meu amigo. Sua garota era o alvo do seqüestro e você... Bom, você seria presunto enlatado agora, se não fosse seu motorista...

- Ahrrr! Você é insuportável! - Foi tudo o que Douglas conseguiu rosnar agarrando a camisa do suposto amigo sacudindo ele com violência.

- O que? Calma ela está bem eu falei com o médico antes de entrar aqui, senhor escorpião! Ela vai ficar em observação esta noite amanhã vai pra casa. Tá bom? - O que era mais irritante em Ramires, fora as observações estupidas, era sua voz calma. Como se não falara nada de mais.

- Quem você acha que poderia ter feito isso? - Perguntou empurrando o debochado.

- Com certeza o louco que mandou aquelas fotos de Elleonor para você. - Falava enquanto alisava a camisa, como se fizesse diferençar diante dos amassados já existentes pela camisa.

- E daí? Quem é esse louco? Eu quero arrancar a cabeca dele!

- A polícia perseguiu os caras até uma favela, mas os perderam. Você sabe que entrar numa comunidade sem um planejamento é complicado.

- Eu tenho que pegar esse sujeito antes que ele faça algo pior conosco.

Houve uma batida na porta antes que se abrisse dando passagem a enfermeira gentil e o médico.

- Senhor Velásquez, eu soube que está impaciente.

- Sim, quero ver a Elleonor. - Disse saltando na maca quase derrubando o suporte do soro.

- Tudo bem. Vou liberá - lo ela esta no quarto ao lado, dei - lhe um sedativo por que ela esta muito nervosa chamando por você.

- Meu Deus, ela se feriu muito? - A enfermeira começou a tirar o acesso do soro que estava no braço de Douglas.

- Não a pancada na cabeça causou um ferimento na nuca, fizemos a sutura e sua namorada já foi medicada.

Quando a enfermeira se afastou ele se levantou apressado calcando os sapatos. Sendo observado pelos três espectadores sorridentes. Ao terminar apertou a mão do médico agradecido e partiu apressado.

A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora