Capítulo 9

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A luz forte feriu seus olhos, quando ela acordou. Não sabia onde estava... Elly gemeu ao sentir a dor horrenda na cabeca. Passando a mão entre os cabelos, ficou tranqüila, por não ter nenhum ferimento.

Um zumbido agudo tocava em seus ouvidos, tornando a voz do homem falando com ela distante e desconexa. Demorou um bom tempo até focalizar nele.

- Você está me ouvindo? - Ele segurava seu rosto entre as mãos capturando a atenção dela. - Eu vou te levar para um hospital.

- Não... Há necessidade... Já estou melhor...

- Não mesmo. Você precisa de uma avaliação médica.

Elly encarou o homem que falava tão indignado com ela. Foi difícil ligar o nome a pessoa. Ainda com a cabeça cheia da cena no mercado... Lembrou - se que sentiu um empurrão... Ou fora sua imaginação?

- Elleonor, você me reconhece? - Apertou os olhos para o homem a sua frente.

- Douglas?... - Ele estava muito diferente. Tinha uma barba de alguns dias e vestia roupas simples, bermuda e camiseta. Parecia ter saído de uma festa na piscina.

- Meu Deus, finalmente. - Um sorriso de alívio iluminou seu belo rosto.

- Eu quero me levantar. - Ao tentar ficar de pé foi impedida por ele.

- Você vai para o hospital.

- Não. Eu vou para casa. Estou bem.

- Não seja teimosa.

Tomando fôlego para se recompor, Elly buscou pensar com calma.

- Douglas, eu estou melhor. Sério se eu me sentir maú vou ao medico, amanhã. - A preocupação dele, era uma novidade para ela, raras vezes alguém se importou com seu bem estar sem interesse. - Eu não fui atropelada, né?

- Por pouco, eu a chamei. Mas, você não me ouviu. Tive que correr para segura - la, daí nós caímos no chão.

- Viu você me salvou. Obrigado, meu herói. - Elly tinha um grande sorriso tímido de agradecimento.

- Está tentando se livrar do hospital? - Ele sorria de um geito carinhoso.

- Por favor, eu não gosto de hospitais. - Implorou com visível aversão.

Passando a mão nos cabelos, depois coçando o queixo com a barba por fazer, pensando em como agir.

- Eu vou com você até em casa...

- Obrigada.

- Mas, tem que me prometer que se sentir algo de estranho vai me contar, OK?

- OK.

Finalmente ajudou ela a se levantar. Frente a frente os dois se olharam fixamente. Até que ela lembrou das suas compras.

- Deixa que eu pego. - Douglas recolheu as bolsas, depois passou o braço pelo dela. - Vamos?

Sem palavras ela decidiu caminhar, ainda um pouco tonta, as pernas meio fracas. Ele pareceu perceber sua dificuldade, por que diminuiu o passo. Caminharam em silêncio agradável por um certo tempo. E nesse tempo descobriu que sentiu falta dele, queria saber como ele estava, uma curiosidade cruel a consumiu. Era tão grande que chegou a torcer a manga da camisa dele.

A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora