Capítulo 15

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Subindo o elevador de serviço, o entregador de flores seguiu pelos corredores até a mesa da secretária loira gostosa. Sempre a via ao lado da chefe, em restaurantes ou compromissos da empresa. Santis o deixava de queixo caído, porém não se atrevia um aproximação.

Ela é de mais pra mim!

- Pois não?

- Flores... Hum, flores para a senhorita Valdez. - Gaguejou como sentindo - se um palerma!Santis sorriu educada. - Eu preciso entregar em mãos.

Fazendo um gesto com as mãos para o rapaz esperar. Foi falar com Elly. Afinal, não seria a primeira vez que tal fato acontecia, logo retornou.

- Entre.

Com um aceno agradecido, foi até a porta.

- Senhorita, Elleonor Valdez?

Como previsto ela reconheceu a voz dele imediatamente, sem ao menos o encarar, fechando o sorriso amistoso.

- Entre. - Ficou esperando, ele fechar a porta atrás de si. - O que você quer Ramires?

- Visitar a namorada do meu amigo.

- E...?

Ele estreitou o olhar com sua expressão de sarcasmo que Elly se lembrava.

- E, perguntar... Você esta usando meu amigo?

- Não. - Não pareceu ofendida.

- De onde vem essa filha?

- Douglas não falou?

- Disse que você me contaria... Se quisesse, claro! - Ainda de pé em frente a mesa dela. Os dois mantiveram o olhar fixo num confronto mudo.

- Sente - se, por favor. - Elly observou Ramires sentar na poltrona elegante cor marfim, então chamou Santis pelo aparelho sobre a mesa. - Não, repasse nenhuma chamada.

- Algum problema? - As duas se olharam pela vidraça da sala.

- Não.

Ramires sorriu para Santis, piscando galante, sendo rejeitado por ela. Deu de ombros fingindo não se importar.

- E, aí? Vamos fuxicar? - Pode - se dizer que de cada dez palavras ditas por ele, onze eram ditas com ironia e sarcasmo fluentes... Não conseguia se conter... Era como um tique nervoso!

No entanto, não pode falar nada do tipo. Nem ao menos pode firmar o olhar sobre ela. Saindo da sala constrangido por seus pensamentos inescrupulosos, tomando o elevador foi para a sala do amigo. Douglas o recebeu sério.

- Você foi falar com a Elleonor?

- Fui. - Disse se jogando no sofá. Não havia o que dizer, mesmo Douglas não suportando a idéia dele interrogando sua amada sem ele, sabia que não poderia evitar tal fato. - Não fique assim, eu fui... Gentil.

- Para o seu bem? Espero que seja verdade.

Ramires levou as mãos no peito fazendo - se de ofendido. O  silêncio era lago comum entre os amigos, não sendo motivo para constrangimento para eles. Assim, Douglas se manteve ocupado com seus papéis sobre a mesa, enquanto seu amigo observava com atenção a vista dos prédios pela vidraça.

- Encontrei... A tal Rosalinda da Silva, que foi babá da sua protegida.

Douglas ficou extasiado com a notícia, um passo à diante no caminho que os levaria a filha de Elleonor. Deu - lhe a bendita notícia na casa dela ao final do dia. Ela ficou muito emocionada, viu a esperança brilhar em seu olhar.

A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora