Capítulo 8

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Quando Elly acordou no domingo de manhã, percebeu que estava sozinha no sofá. E, em casa. Douglas Velásquez fora embora antes que ela pudesse dar - lhe uma explicação. Ela sentou - se no sofá e chorou a manhã toda.

Pensar que sua menina estava morta, a fez sentir - se vazia. Desesperada no primeiro impacto, pois nunca pensara em tal possibilidade. Agora porém, o vazio de uma possível perda, pairou sobre Elly. Logo, pensou em voltar aos Estados Unidos, restabelecer sua vida em Nova Yorque, ter seu emprego de volta. Não! Não, mesmo!

Sua mãe era como uma mamba negra. Seu veneno mortal, não mata a vítima instantaneamente, mas sim aos poucos. Numa tortura lenta, tal ser vai se deteriorando, de dentro para fora. E, era isso, que sua mãe desejava para ela. Seu desejo, era vê - lá sofrer por uma perde não confirmada. Uma dor no peito, lhe disse que até mesmo esta confirmação dolorosa deveria ser feita.

Douglas tinha que saber! Ele a ajudaria com seus contatos, a encontrar sua filha. Pareceu ser confiável, honesto e cavalheiro ao defendê - la dos Valdez. Antes, no entanto a beijou, com avidez!

Passou a mao nos lábios lembrando do beijo doce. Por que será que ele a beijou? Talvez fosse só a emoção de conquistar uma Valdez ou queria persegui - la? Douglas a deixava confusa. Notou ele um pouco desconfiado com ela, como se esperasse um golpe covarde a qualquer instante. Depois, pareceu evita - la. Do mesmo geito que ela, o evitou. Tiveram um bom jantar, um tanto na defensiva ele. Mas, e daí? Ela também estava, admitiu para si na frente do espelho.

Mas, por que estou dando tamanha importância, para alguém, que nem é tão importante para mim?

Mentiu para si mesma, na esperança vã, de que até o fim do dia, viesse a acreditar. Tolinha! Não teve, um só instante, em que não pensasse naqueles olhos azuis. De uma profundidade intensa com que a miravam, fazendo - a arrepiar por inteiro. Sem contar, que também tinha o beijo. E, que beijo! Quando foi que quis ser beijada por ele? Não sabia responder. A questão toda girava em torno de um passado, mau resolvido, que Douglas parecia sentir - se muito incomodado. Será que ele teria esperanças quanto aquele casamento? Ridículo! Na época ele tinha vinte e dois anos, e um casamento fracassado. Por que, ia querer se casar, com uma adolescente introvertida, num contrato de negócios? Nada disto fazia sentido. Nem mesmo, essa atração que estava sentindo, por este homem.

Maiá telefonou para saber como a amiga estava logo de manhã, e no meio da tarde, chamando - a para uma tarde no shopping. Depois de muita insistência acabou recusando, preferiu passar a tarde pensando num geito de contar tudo a Douglas.

No final, decidiu que o melhor mesmo era ser sincera...

E, contar toda a verdade. Toda!

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Têm coisas, que são difíceis de serem feitas

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Têm coisas, que são difíceis de serem feitas. E, contar a Douglas tudo sobre sua filha, sobre os abusos de seus pais, absolutamente tudo, era uma dessas coisas. Para então, ele tomar a decisão, de ajudá - la ou não.

Tudo estava muito confuso, pois por três dias, não se viram na empresa. Diziam, que ele estava viajando à negócios. Elly achou que seria uma mentira, mas descobriu ser verdade, quando Santis fez um comentário.

Elly como costumava fazer, preferiu não ficar articulando coisas sem qualquer prova. Decidiu então, que quando Douglas voltasse de viajem teriam conversar.

Depois de um dia conturbado na empresa, foi para casa. No caminho já no taxi, quis comer algo diferente.

Talvez... Lasanha? Não... Bife à par mediana! Mama mia!...

Decidida. Logo o taxista estava mudando de direção, para um mercado próximo ao seu prédio assim, quando terminasse a compra poderia ir para casa andando. Elly entrou no mercado animada, demorou cerca de trinta minutos para escolher os ingredientes. Na fila do caixa, mais um tempo. Quando recebia o troco uma cena chamou - lhe a atenção.

Uma menina na média dos oito anos, pegou uma revista de artesanato ao lado do seu caixa, e pediu para a mãe comprar.

- Por favor, mãe. Eu quero aprender a fazer essa boneca. - Disse apontando para a capa da revista.

- Só se você fizer duas. Uma para você e outra para mim. - Em euforia, a menina pulava agradecendo a mãe.

Elly recolheu suas bolsas, saindo as pressas. Angustiada por não ter sua menina ao seu lado. Em poucos meses ela completaria oito anos, queria fazer uma festa, chamar seus amigos de escola, dar a ela um abraço forte. Dizer a ela o quanto a amava, que sempre quis ser sua mãe. Que a roubaram de seus braços. Jamais a abandonou. Jamais!

Atormentada, caminhava a esmo. Sem noção de tempo e espaço. Os olhos embaçados pelas lágrimas. A mente embarralhada pela dor... Tropeçou...? Ou alguém a empurrou?

Uma luz forte, veio crescendo ao seu encontro. Ficou paralisada, como um cervo na estrada, não reagiu.

Ouviu seu nome, e apagou!

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A Solidão do Perdão   {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora