A Solidão do Perdão {CONCLUÍDO}

Capítulo 18

Elly o observava atentamente, sem perder um detalhe de sua explicação! Sua cabeça girava diante de tanta informação. Ela mantinha sua mão na de Douglas, que a apertava vez por outra.

Durante seu primeiro ano de casamento, ele ficou doente foram meses difíceis. Seus pais chegaram ao ponto de leva - lo para a Inglaterra. Em um hospital renomado descobriram uma infecção no sangue de tipo raro, após meses de tratamento, Douglas ficou curado, porém infelizmente um das seqüelas foi a infertilidade. Após um ano de tratamento intenso, sua esposa o abandonou, dizendo não ser capaz de ficar com um homem pela metade!

Abalado se refugiu no trabalho, assumindo boa parte das responsabilidades das empresas do pai. Ocupando a mente, ignorando os gritos do coração magoado. Sandra era uma mulher maravilhosa, quando tinha seus desejos realizados. Filha única desejava uma grande família, a qual Douglas se empenharia em formar ao seu lado, não fosse o imprevisto. Mesmo com a orientação médica, para que os dois passassem pelo tratamento para uma fertilização em vitro, Sandra negou por puro preconceito... Disse ao marido antes de partir "Não quero aberrações feitas num laboratório, quero filhos normais, que sejam feitos do geito normal!"

Custou muito tempo, mas conseguiu se recuperar. Seu pai arrumou um casamento por contrato para ele, acreditando que o projeto seria um novo desafio para o filho se aplicar, e mesmo não gostando da idéia de se casar sem amor e com uma adolescente, ao ver uma foto de Elleonor Valdez seu mundo ficou abalado.

Sentiu - se um pervertido do pior tipo, chegou a viajar para fora do país, tentando convencer seu pai a desistir daquela idéia louca. No entanto, Douglas não tirava da cabeça os grandes olhos meigos da menina de sorriso tímido, na foto de seu baile de debutantes. Elleonor o consumira noites e dias, pensava num novo começo, em uma chance real de ser feliz. Todo este pensamento contraditório caiu por terra, quando retornou de sua viagem, e a garota mimada batera o pé decidida a não se casar.

- Fiquei... Amargurado. Sabe eu queria te conhecer, mas você nem ligou para mim. Acho que me senti rejeitado de novo. - Ele sorriu sem geito. - Depois que finalmente te conheci senti tudo voltar, tão intenso quanto antes... Seu olhar era o mesmo, o sorriso fácil, e o senso de humor... Será que você pode me perdoar?

- Se não confiar em mim, provavelmente não teremos um futuro. Eu sei o quão tóxico são os Valdez, por isso não se deixe enganar pelas artimanhas deles. - Soltando a mão de Douglas para se sentar na poltrona acolchoada, esticando - se para trás no encosto. - Quanto a te perdoar... Eu não estou com raiva de você, apenas magoada, o que já é o suficiente.

- Certo...

- E eu não me importo se você é fértil ou não. Por que eu gosto de você, no momento certo as coisas se resolveram. - Elly falava sem desviar o olhar com a voz firme, porém cansada. O relógio do quarto marcava mais de uma da manhã. - Já está tarde, vai dormir.

- E você?

- Eu vou ficar aqui, os policiais não querem que eu volte ao apartamento sozinha. - Por um segundo ela hesitou. Mas disse por fim - Você teve esperanças de ter um filho com essa ex, mesmo sabendo ser impossível?

- Sim, de alguma forma eu quis acreditar que poderia ter um filho na Austrália.

Um pequeno sorriso apareceu no canto de seus lábios, e os dois entenderam - se no olhar. Por um instante, ele sentiu o que Elly vinha sentindo há oito anos... Longe de sua filha.

- Boa noite, Elleonor.

Não houve resposta, ela apenas se virou na poltrona enclinada, minutos depois estava dormindo profundamente.

Enquanto a observava sem sono Douglas teve inveja, ela dormia um sono pesado numa poltrona não muito confortável, e ele maú conseguia pregar os olhos!

Ela sentiu - se julgada injustamente, e com razão! Deveria ter confiado nela, sabendo das coisas horríveis qur seus pais foram capazes de lhe fazer.

Recostou - se nos travesseiros deixando o sono lhe dominar.

Amanhã vou contar sobre os meus excelentes resultados nas investigações...