Edwards Store

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Jesy emprestou a Perrie, um par de botas e um casaco grosso. Elas descobriram, que calçavam o mesmo número. A morena carregava sua pistola.

- Você sabe atirar? - Perguntou a loira.

Perrie encarou o chão.

- Não. - Respondeu baixo. Lembrando a única vez que havia atirado. No dia anterior.

- E com estilingue? - Ouviu a morena perguntar. Perrie teve que rir.

- Eu não vou levar um estilingue. - Se levantou.

Jesy riu também, olhando-a de cima a baixo, enquanto ela estava de costas. Nunca
imaginou, que pudesse achar tão atraente, uma mulher usando uma de suas calças de dormir. Sorriu, se levantando. Pegou o taco de beisebol e se aproximou dela.

- Pega. Leve ele. - Disse. As duas se fitaram.

- Odeio beisebol. - Mas, Perrie pegou o taco, para não deixa-la no vácuo. Em seguida, o
colocou em cima do sofá. - Sempre odiei.

- Você, quem sabe. - Revirou os olhos.

- Você não matou todos? - Perrie quis saber.

- Todos os zumbis de Nova York? - Zombou.

- Não vamos andar Nova York inteira.

- Mas, eles andam. - Lá estavam elas, batendo boca, de novo. Jesy pegou o taco de cima do sofá. - Eu levo.

Reggie ficou muito irritado, por ter que ficar sozinho, em casa. Jesy e Perrie desceram as
escada com dificuldade, driblando os corpos que estavam espalhados por todos os cantos,
cobertos de neve. Perrie ficou impressionada, com a quantidade. Elas seguiram para a
esquina, andavam lado a lado, prestando atenção onde pisavam, pra não escorregar.

Continuaram a andar, viraram a esquina e não viram nada. Perrie ia na frente, procurando sinal, no celular. A morena não gostava da ideia, a observava de longe, muito atenta. Chegaram a esquina da outra rua. E Perrie continuou andando. Jesy ia atrás dela. Sua preocupação não era tanto com os zumbis normais, era com aquele forte e rápido, que viu no dia anterior.

Perrie rezava mentalmente, para que encontrasse pelo menos um pontinho, naquele celular. Seguiu andando, já virava outra rua. Ouviu a morena reclamar, atrás de si. Ela dizia que estava indo rápido, demais. Perrie revirou os olhos e continuou andando. Encontrou sinal e não foi só isso. De relance, ela viu a loja de seu pai, girou nos calcanhares e conferiu. Era ela. Não fazia ideia, de que estava tão perto, esse tempo todo.

Uma lágrima escorreu, dos seus olhos. A porta da loja estava quebrada. Correu até lá,
esquecendo totalmente, de que poderia ligar pra avó. Entrou na loja e não encontrou quase
nada, nas prateleiras, das três estantes. Havia sido saqueada. Jesy entrou correndo na loja,
também.

- Você tá maluca? - Perguntou irritada. Isso, antes de perceber que a loira chorava.

Perrie nem via a Jesy ali, estava inerte em seu pensamentos e lembranças. A morena a observou, por um instante. Não entendia nada, e nem deu tempo de tentar entender. Ouviu barulhos, vindo dos fundos da loja. Observou e observou, tentando ver o que era. Mas, não via nada.

- Ei, Perrie, melhor irmos. - Dizia baixinho. Perrie olhava pro nada, ainda chorando. - Ei...
- Estalou os dedos. - Vamos. - Disse mais uma vez. Perrie olhou pra ela. - Não devíamos estar aqui. Você queria algo? - Jesy não esperou resposta, saiu da loja, para ver se não haviam zumbis, lá fora.

Perrie não saiu. Caminhou mais adentro. Ouvia um barulho, mas não assimilava nada. Quando girou a maçaneta, para entrar no pequeno escritório, teve uma surpresa. Haviam dois zumbis, lá dentro. Perrie soltou um grito, muito alto. Jesy se assustou, lá fora. Olhou pra dentro e não viu a Perrie. Pra piorar, viu um zumbi virar a esquina. Escorregou, na hora de entrar na loja, e caiu no chão. Se levantou, ignorando a dor que começava a sentir, e sem tempo pra procurar os óculos que caíram, foi pro fundo da loja, mancando e com a vista embaçada.

Apocalípse (Pesy)Onde histórias criam vida. Descubra agora