Rebeca veio de uma família onde tudo era errado. Agora liberta das exigências e regras dos pais, ela quer ser ela mesma. Um ser humano sincero e alegre, que não leva desaforo para casa. Principalmente de um certo bonitão que adora lhe tirar do séri...
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Me sentei no meu sofá confortável, liguei a televisão e coloquei na Netflix. Rolei o catalogo de romance e escolhi novamente o filme "Juntos pelo acaso." Eu amava esse filme.
Forcei minha mente a focar no filme e não no gostosão que agora eu sabia que morava do outro lado da rua. Gostosão? Pelo amor de Deus, Rebeca. Gostosão é o Zac Efron, que por sinal eu já tinha pegado e tenho que falar. Esperava bem mais. A verdade era que eu sempre esperei muito de todos eles, mas nenhum me levou ao nível que o babaca do Gabriel já tinha me levado. Talvez fosse tão intenso, porque na época eu sentia algo por ele. Mas isso foi no passado. Esse sentimento já não me dominava mais. Vida nova, lembra, Rebeca?
Depois de assistir ao filme e devorar a quentinha de churrasco, desliguei as luzes do andar de baixo, que era basicamente um ambiente só. Cozinha e sala, divididos apenas por um balcão de madeira planejado e um banheiro social. Depois de apagar todas as luzes, subi para meu quarto. Entrei no meu banheiro, tomei um banho e passei um tempo cuidando do meu rosto, com cremes que eu já vinha usando a algum tempo. Olhei para o vidro de calmante que eu estava tomando para dormir e decidi não usar mais. Guardando ele dentro da gaveta. Hidratada e perfumada, cai na minha cama novinha. Liguei a televisão e deixei um filme qualquer rolando. Aos poucos o sono me pegou.
Acordei com o sol no rosto e o som dos passarinhos. Sorri e esfreguei os olhos. Peguei o celular na mesinha de cabeceira e olhei as horas. 07h24. Levantei e coloquei uma roupa que geralmente usava para correr. Um short saia cinza e um top branco. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e peguei a chave de casa e meu porta cartão de crédito. Liguei meu Ipod e deixei minha playlist tocando. Titanium chegava ao meu ouvido quando comecei a correr. Corri até meu corpo cansar. Acho que devo ter corrido uns quatro quilômetros. Passei no centro e comprei tudo que iria precisar para abastecer minha geladeira e voltei para casa de táxi. Isso era outra coisa que eu tinha que resolver. Precisava comprar um carro.
O táxi me deixou na porta de casa. Desci com as sacolas e paguei o motorista. Enquanto destrancava o portão, senti uma presença atrás de mim.
— Bom dia — A voz de Gabriel soprou próximo ao meu ouvido, me causando certos arrepios.
— Topar com você a essa hora? Só pode ser um péssimo dia — Olhei para ele, mas não deveria ter olhado. Ele estava com roupa de corrida também. A regata branca estava marcando seu peitoral suado. Engoli com dificuldade. Ele percebeu.
— Você não me mostrou como ficou sua casa — Estala a língua e sorri.
— E nem vou mostrar. Caça sua turma, tribufu! — Peguei as sacolas do chão e entrei, mas antes que eu fechasse a portão, Gabriel entrou. Meu corpo ficou alerta.
— Sempre delicada, não é mesmo, Rebeca? — Tive que sorrir. Eu senti falta dessa implicância.
— Já que está aqui, carrega essas sacolas. Use seus braços fortes para algo útil — Entrego as sacolas a ele que sorri.
