Eu não consegui dormir direito. Minha mente ficava girando e recordando os momentos que eu havia vivido com o Gabriel. Não vou mentir e dizer que nesses quatro anos eu não pensei nele. No começo eu sempre pensava, mas depois de um tempo, eu vivia tão ocupada entre relacionamentos, trabalho, festas e drogas, que eu mal tinha tempo de pensar em mim, mas sempre que eu pensava em casa, família e vida estabilizada, eu me lembrava dele. Eu nunca entendi o porquê, já que nunca chegamos a ter um relacionamento.
As seis da manhã eu acordei novamente e decidi fazer algo de útil. Levei o notebook para o jardim e comecei a assistir vídeos sobre jardinagem e me empolguei tanto, que comecei a mexer nas plantinhas que viviam ali. Algumas estavam bem maltratadas pelo sol, então dei mais atenção a elas. As horas se passaram e ouvi o barulho da campainha. Sequei o suor da testa e fui abrir o portão, dando de cara com o Gabriel e seus dois filhos.
— Bom dia — Cumprimento todos com um meio sorriso no rosto.
— Viemos te convidar para ir à praia com a gente — Mariah diz animada e olho para Gabriel.
— Se os paparazzi me virem, vou acabar com a diversão de vocês — Digo desanimada. Tudo que eu não queria, era acabar com o sábado deles.
— Vamos a uma praia mais afastada. Quase nunca tem gente lá — Gabriel explica e abro um sorriso gigante.
— Se é assim, então eu vou trocar de roupa. Vocês querem entrar? — Abro mais o portão.
— Vamos te aguardar lá em casa. Temos que colocar algumas coisas no carro ainda — Ele diz, puxando os filhos.
— Tudo bem, então. Encontro vocês daqui a uns minutos — Digo animada e fecho o portão.
Corro até meu quarto, tirando a roupa pelo caminho e tomo um banho, para me livrar do suor e da terra. Me enrolo na toalha e vou até meu closet, abrindo a gaveta de biquínis. Escolho um deles e visto. Pego um vestido branco levinho, estilo praiano, e jogo por cima. Solto o cabelo, deixando as ondas soltas. Passo um brilho lábil e já estou pronta. Pego uma bolsa pequena com celular e carteira e saio, rumo a casa do Gabriel. Encontro eles em frente sua casa, colocando uma caixa no porta malas.
— Pensei que fosse demorar mais — Gabriel brinca.
— Eu disse que seria rápida — Ele sorri, me fazendo ficar levemente vermelha.
As crianças tomam seus assentos nas cadeirinhas e ele como o pai zeloso que é, confere tudo antes de sairmos. Me sento no banco do carona e ele no do motorista.
— O cinto, mocinha — Diz para mim, já puxando o seu próprio cinto. Confesso que nunca fui muito de usar cinto, o que me rendeu diversas multas.
— Claro — Puxo o meu e travo.
Gabriel da partida e o carro ganha as ruas do Rio. Ele liga o rádio e algumas músicas infantis, preenchem o carro. Não é nada super legal, mas também não é chato.
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Totalmente Minha
RomanceRebeca veio de uma família onde tudo era errado. Agora liberta das exigências e regras dos pais, ela quer ser ela mesma. Um ser humano sincero e alegre, que não leva desaforo para casa. Principalmente de um certo bonitão que adora lhe tirar do séri...