Capítulo 26

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Eu não consegui dormir direito. Minha mente ficava girando e recordando os momentos que eu havia vivido com o Gabriel. Não vou mentir e dizer que nesses quatro anos eu não pensei nele. No começo eu sempre pensava, mas depois de um tempo, eu vivia tão ocupada entre relacionamentos, trabalho, festas e drogas, que eu mal tinha tempo de pensar em mim, mas sempre que eu pensava em casa, família e vida estabilizada, eu me lembrava dele. Eu nunca entendi o porquê, já que nunca chegamos a ter um relacionamento.

As seis da manhã eu acordei novamente e decidi fazer algo de útil. Levei o notebook para o jardim e comecei a assistir vídeos sobre jardinagem e me empolguei tanto, que comecei a mexer nas plantinhas que viviam ali. Algumas estavam bem maltratadas pelo sol, então dei mais atenção a elas. As horas se passaram e ouvi o barulho da campainha. Sequei o suor da testa e fui abrir o portão, dando de cara com o Gabriel e seus dois filhos.

— Bom dia — Cumprimento todos com um meio sorriso no rosto.

— Viemos te convidar para ir à praia com a gente — Mariah diz animada e olho para Gabriel.

— Se os paparazzi me virem, vou acabar com a diversão de vocês — Digo desanimada. Tudo que eu não queria, era acabar com o sábado deles.

— Vamos a uma praia mais afastada. Quase nunca tem gente lá — Gabriel explica e abro um sorriso gigante.

— Se é assim, então eu vou trocar de roupa. Vocês querem entrar? — Abro mais o portão.

— Vamos te aguardar lá em casa. Temos que colocar algumas coisas no carro ainda — Ele diz, puxando os filhos.

— Tudo bem, então. Encontro vocês daqui a uns minutos — Digo animada e fecho o portão.

Corro até meu quarto, tirando a roupa pelo caminho e tomo um banho, para me livrar do suor e da terra. Me enrolo na toalha e vou até meu closet, abrindo a gaveta de biquínis. Escolho um deles e visto. Pego um vestido branco levinho, estilo praiano, e jogo por cima. Solto o cabelo, deixando as ondas soltas. Passo um brilho lábil e já estou pronta. Pego uma bolsa pequena com celular e carteira e saio, rumo a casa do Gabriel. Encontro eles em frente sua casa, colocando uma caixa no porta malas.

— Pensei que fosse demorar mais — Gabriel brinca.

— Eu disse que seria rápida — Ele sorri, me fazendo ficar levemente vermelha.

As crianças tomam seus assentos nas cadeirinhas e ele como o pai zeloso que é, confere tudo antes de sairmos. Me sento no banco do carona e ele no do motorista.

— O cinto, mocinha — Diz para mim, já puxando o seu próprio cinto. Confesso que nunca fui muito de usar cinto, o que me rendeu diversas multas.

— Claro — Puxo o meu e travo.

Gabriel da partida e o carro ganha as ruas do Rio. Ele liga o rádio e algumas músicas infantis, preenchem o carro. Não é nada super legal, mas também não é chato.

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