Rebeca veio de uma família onde tudo era errado. Agora liberta das exigências e regras dos pais, ela quer ser ela mesma. Um ser humano sincero e alegre, que não leva desaforo para casa. Principalmente de um certo bonitão que adora lhe tirar do séri...
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Eu sentia o azulejo frio do banheiro nas minhas costas, enquanto Gabriel me segurava grudada na sua cintura. Estávamos pela segunda vez, no mesmo dia, nos braços um do outro.
— hmmmmm — Ele gozou dentro de mim, beijando meu pescoço.
Ele me soltou com cuidado e beijou minha boca, assim que meus pés tocaram o chão. O beijo era tão bom que não dava vontade de parar.
— Assim eu vou ficar pronto para o terceiro round — Sorri nos seus lábios.
— Titia Rebeca — Nos afastamos imediatamente. Bella estava do outro lado da porta.
— Oi meu amor, estou saindo do banho. Me espera sentadinha na sala — Digo pegando a toalha desesperada.
— Papai está no telefone — Bato na minha cabeça.
— Pede pra ele ligar daqui a uns dez minutos — Me enrolo na toalha.
— Tá bom — Escuto seus passos se afastando.
— E você — Aponto para Gabriel — Vista sua roupa e suma daqui. Vou distrair a Bella no quarto dela e você some.
— Estou me sentindo usado — Ele sorri e pega sua roupa no chão — Vou sair e entrar de novo, porque continuo com fome — Ele me olha sugestivamente e sinto vontade de sorrir, mas não vou dar esse gostinho a ele.
— Some de uma vez
Saio do banheiro e vou até o quarto que estou ocupando. Coloco um vestido soltinho rosa bebê. Encontro Bella na sala e chamo ela para ir até seu quarto me ajudar a guardar suas bonecas. Quando vi ele passando pelo corredor silenciosamente, me levantei.
— Vamos terminar isso amanhã. Que tal pedirmos comida? — Bella abre um belo sorriso e se levanta.
Voltamos para a sala e alguém bateu na porta. É claro que eu sabia que se tratava do traste, mas fiz cara de surpresa quando ele entrou na sala.
— Boa noite — Bella correu até ele e beijou seu rosto.
— Que tal sairmos um pouco? — Ele pergunta e arqueei uma sobrancelha na direção dele.
— Sair? — Pergunto olhando para minhas unhas pintadas.
— Sim. Tem um restaurante ótimo aqui perto — Ele diz animado.
— Vamos tia? — Olho para a pequena e para o embuste e bufo.
— Tudo bem, vamos — Me levanto do sofá — Mas eu preciso me arrumar.
— Vocês têm meia hora — Ele sai pela porta. Deve ter ido se arrumar também.
Ajudei Bella a colocar um macacão florido e prendi seu cabelo em uma trança embutida. Ficou linda. Eu peguei um dos vestidos da minha irmã. Um tubinho preto e calcei um dos seus belíssimos saltos. Sorte que calçamos o mesmo número. Fiz uma maquiagem básica e evidenciei mais minha boca com um batom vermelho.
— Titia, ele já está esperando a gente — Bella entra no quarto para me apressar.
— Já vou querida — Ajeitei o cabelo em frente ao espelho e sai.
Encontrei os dois me esperando na sala. Gabriel vestia calça jeans e uma blusa polo. Por mais que eu não quisesse admitir, ele estava muito bonito.
— Vamos? — Bella perguntou olhando para o tio, mas ele tinha os olhos grudado em mim.
— Sim, princesa — Ele quebrou o contato visual comigo e pegou na sua mão.
Entramos no seu carro e seguimos até o tal restaurante. Gabriel ajudou Bella a descer e seguimos para a recepção.
— Uma mesa, por favor — Pediu a recepcionista.
Ela nos acompanhou até uma mesa mais destacada e logo o garçom trouxe o cardápio. Enquanto aguardávamos a comida, Bella quis ir brincar no parquinho que tinha lá dentro.
— Está gostando de trabalhar com o Rodrigo? — Pergunta puxando assunto.
— Sim. Ele é um ótimo patrão — Digo seca.
— Rebeca, você não precisa agir assim — Olho para ele e rio sarcástica.
— Querido, não é porque acabamos de transar que você se tornou uma pessoa que eu queira conversar — Seu olhar primeiro fica magoado, mas depois ganha um brilho diferente. Indiferença?
— Que bom que as coisas estão claras. Cometemos dois erros, bom na verdade três. Você pelo menos toma anticoncepcional? — Pergunta e nego com a cabeça.
— Porra, Rebeca. Eu não quero ser pai — Diz com raiva.
— Agora a culpa é minha? — Tenho vontade de bater nele. Primeiro ele transa comigo como um louco sem camisinha. Goza e revira os olhinhos, para agora vir jogar a culpa em mim?
— Primeiro querido. Quem disse que eu quero ter um filho seu? Segundo, vou tomar pílula do dia seguinte. E eu espero de verdade que você não tenha me passado nada — Ele me olha chocado.
— Estou limpo — Diz contido.
— Eu realmente espero — Olho na direção do parquinho e vejo Bella escorregando e caindo dentro da piscina de bolinhas.
— E você, está limpa? — Seus olhos estão sérios sobre mim.
— É claro que sim, seu estupido — Digo irritada.
Eu odiava meu corpo por ter se sentido atraído por aquele miserável. Como pode ser tão gostoso e tão estupido desse jeito?
A comida chegou e Bella se juntou a nós. Comemos e Gabriel pagou a conta. Nada mais justo, afinal foi ele que convidou. Bella dormiu na volta para casa. Gabriel a trouxe no colo e colocou ela na cama.
— Estou indo — Ignorei suas palavras. Ele saiu pela porta do quarto.
Retirei seus sapatos e deixei ela dormir com a roupa que estava mesmo. Dei um beijo na sua testa e apaguei a luz, deixando somente a luz do abajur de princesa acesa.
No corredor mesmo retirei o vestido que estava apertando meu quadril e fui até a cozinha vestindo apenas lingerie preta e saltos. Abri a porta da geladeira e peguei uma jarra com água. Servi um copo e quando ia beber, a porta da sala se abriu. Gabriel entrou.
— O que está fazendo aqui? — Seus olhos percorrem meu corpo e só agora lembro que estou praticamente nua. Procuro um pano para me cobrir, mas não há nada.
— Esqueci minhas chaves — Ele aponta para a chave em cima da bancada da cozinha.
— Então pegue e vá embora — Ele se aproxima de mim e acabo dando um passo para trás, pisando em falso e quase caindo. Ele me segura.
— Cuidado — Ele sussurra muito perto segurando minha cintura.
