Rebeca veio de uma família onde tudo era errado. Agora liberta das exigências e regras dos pais, ela quer ser ela mesma. Um ser humano sincero e alegre, que não leva desaforo para casa. Principalmente de um certo bonitão que adora lhe tirar do séri...
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Em frente ao espelho, ajeitei o cabelo mais uma vez. Eu estava ansioso. Passei no quarto das crianças e ambas dormiam como anjos. Subi as escadas da casa da árvore e estranhei, em não ver Rebeca. Ela deve ter se atrasado.
Eu havia deixado o lugar pronto para nossa noite. Um colchão confortável no chão e muitas almofadas. Tudo para nosso conforto.
Os minutos se arrastaram e as 21h30, eu sabia que ela não viria mais. —Idiota, é isso que você, é, Gabriel. — Desci frustrado e fui até o portão. Ninguém na rua. Voltei a fechá-lo e entrei para dentro de casa.
E eu pensando que dessa vez seria diferente. Com Rebeca era assim. Ela decide a hora e o momento. Cansei disso!
A raiva quase não me deixou dormir, mas aos poucos o sono me venceu. Acordei com uma bolinha de carne na minha costela. Biel.
Me levantei sem acordá-lo e me preparei para fazer o café da manhã. Ainda era cedo, mas eu pretendia levar as crianças para almoçar no Shopping, e depois, pegar um cineminha. Evitava pensar em Rebeca a todo custo. Ela não merecia um só pensamento meu.
Acordei as crianças e todos tomamos café juntos. Enquanto eles brincavam, entrei no quartinho dos fundos para conferir a RiRi. Fazia dias que ela andava triste. A levei no veterinário e ele disse, que ela poderia estar se sentindo solitária, que talvez fosse a hora de arranjar um companheiro para ela. Mas dois macacos, seria um pouco demais, né?
Esse quarto, que na verdade era um quarto de empregada, foi reformado para abrigar as necessidades dela. Com muitos brinquedos e espaço. Eu tinha medo de deixá-la solta e ela acabar sumindo. Já que o lugar era cercado por mata. RiRi foi uma das melhores coisas que Cléo havia me deixado e perde-la, não estava nos meus planos.
Entrei no seu quarto e ela me encarou, virando o rosto.
— Ei, como está a garota mais bonita do mundo? — Ela sorriu e correu até mim. Subindo pelas minhas pernas. Abracei seu corpinho pequeno.
— Ontem você estava dormindo e nem conseguiu brincar com as crianças, mas elas estão com saudades. Vamos ficar com elas?
Sai com RiRi pendurada em mim e entrei em casa. Quando eu estava em casa, costumava fechar as portas e janelas e deixá-la comigo, mas quando eu saia, ela ficava no seu quarto.
Soltei ela na cozinha e ela correu até a sala, onde encontrou os meninos.
Como ainda estava cedo. Tirei minha roupa e coloquei o macacão que eu usava para mexer no jardim. Algumas plantas estavam precisando de cuidados. Cortei alguns galhos, reguei e adubei algumas. Quando terminei já era quase meio dia. Acabei me atrasando. Mal entrei em casa e Mariah veio correndo ao meu encontro.
— Pai, eu esqueci de te falar. O aniversário da Ritinha é hoje, e eu não comprei nada para ir. Nem o presente dela — Diz amuada.
— Calma filha, vemos isso no shopping. Vai dar tempo — Sorri para ela — Agora vai tomar seu banho, enquanto eu cuido do Biel.
