Capítulo 16

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Por sorte minha audiência em Brasília foi remarcada para a próxima semana. Eu não tinha a mínima cabeça para isso agora. Passei algumas horas jogado no meu sofá, vendo filmes ruins e comendo besteira. Eu sei, pareço uma mulher de tpm, mas era tudo que eu queria fazer no momento.

Senti o celular vibrar no meu bolso e puxei o mesmo para ver se era algo importante. Era uma mensagem de um número desconhecido.

Muito ocupado? Se não estiver, gostaria de te mostrar algo. Cléo.

Uma mensagem da Cléo era a última coisa que eu esperava. Ela ficou de me ligar para o lance do orfanato e acabou não ligando.

Não estou. Passo aí no bar?

Enquanto ela não respondia, me adiantei, indo tomar um banho. Quando sai do chuveiro, ela já havia me respondido.

Não estou no Bar, me encontre neste endereço

Ela mandou a localização logo em seguida. Peguei as chaves do carro e coloquei o endereço que ela havia me passado no GPS. Não foi difícil chegar no lugar. Era um prédio muito malcuidado. Praticamente caindo aos pedaços. Deixei o carro do lado de fora e segui para dentro. Encontrei Cléo em um pátio, cercada por crianças.

— Olha quem chegou. O titio Gabriel — Várias crianças me olharam sorridentes e vieram ao meu encontro, correndo. Elas quase me derrubaram. Eram muitas.

— Oi pessoinhas — Digo com um sorriso no rosto.

A maioria das crianças não passavam dos cinco anos de idade e me partiu o coração, ver tantas abandonadas naquele lugar.

— Você veio mesmo — Cléo se aproximou segurando uma menina pela mão.

— Claro que vim — Sorri para ela e me abaixei para pegar a garotinha que ela segurava. Ela era bem branquinha e tinha os cabelos curtos em um tom de castanho. Seus olhos não focavam em mim. Ela não parecia ter mais de quatro anos.

— Oi princesa, qual o seu nome? — E novamente seus olhos não focaram em mim. Me dando a certeza que ela não me via.

— Mariah — Disse sorrindo. Aquele sorriso puro encheu meu coração de uma forma completamente diferente.

— E quantos anos tem a princesa Mariah? — Perguntei todo derretido por aquela garotinha.

— Quatro — Ela faz o número com os dedinhos.

— Nossa, então você já é uma mocinha — Ela ri com as mãozinhas na frente do rosto.

— Ela é linda, não é? — Cléo se aproxima e pega a menina do meu colo, dando um beijo na bochecha dela.

— Sim — Eu tinha um sorriso bobo nos lábios.

Cléo deixou a menina aos cuidados de uma das funcionárias e me levou para dentro do velho prédio. O lugar era horrível. Paredes com mofo e descascadas. O teto mostrava sinais de infiltração. A mobília era velha demais.

Totalmente MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora