Rebeca veio de uma família onde tudo era errado. Agora liberta das exigências e regras dos pais, ela quer ser ela mesma. Um ser humano sincero e alegre, que não leva desaforo para casa. Principalmente de um certo bonitão que adora lhe tirar do séri...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— O último cliente acabou de sair — Tânia, a garçonete mais antiga da casa me informou.
— Então prepare tudo para fechar — Ela assentiu e saiu.
Eu estava exausto. Hoje o dia tinha sido daqueles e eu precisava de uma boa noite de sono.
Enquanto Tânia, Karina e Isabel, limpavam a loja. Eu repus todas as mercadorias. Fechei o caixa, guardei o dinheiro no cofre. Deixei os papéis do fechamento do dia na mesa do senhor Ferraz e troquei de roupa no banheiro da sala do meu chefe. Gostava de deixar o banheiro dos funcionários para as meninas.
Pronto, peguei a chave da moto e sentei em uma das cadeiras para esperar as meninas, que não demoraram mais do que dois minutos.
— Sabe que não é sua obrigação fazer isso, não é, Manoel? — Karina dizia sorridente — Mas apreciamos seu cuidado.
— Eu não vou deixar três beldades sozinhas no ponto de ônibus a essa hora — Sorrio e elas suspiram e soltam risinhos.
Karina tinha vinte e quatro anos e era mãe solteira. O cara a abandonou quando soube que ela estava grávida e seu trabalho é a única renda da casa. Tânia estava entre a casa dos trinta e cinco e quarenta. Eu não sabia sua idade exata. Ela era casada e tinha três crianças bem pestinhas. Isabel era nossa caçula e até onde eu sabia, era solteira. Morava com os pais e fazia faculdade de enfermagem na parte da manhã.
Caminhamos para fora do Shopping e fico com as três no ponto até que elas peguem o ônibus que vai para a Pavuna. Quando elas vão embora, eu volto ao estacionamento e pego minha moto.
Faço o trajeto de todos os dias. Nada fora do comum, até eu entrar na rua e avistar uma mulher no meu portão. Ela parece assustada. Desacelero a moto e vou encostando ao seu lado.
— Não encoste um dedo em mim, babaca, ou eu mato você! Eu estou armada — Tenho vontade de rir da pior atuação de pessoa armada, na face da terra.
— Eu só quero entrar em casa. Está em frente ao meu portão — Ela olha constrangida para o portão e depois volta seu olhar para mim. Eu rosto era assustadoramente familiar. De onde eu conhecia essa garota?
— Ah... me desculpe então — Ela sai de frente ao meu portão e eu retiro o capacete, ajeitando o máximo que consigo do cabelo. Ela parece impressionada ao olhar para mim.
— O que fazia em frente ao meu portão? Planejava me assaltar com sua arma de mentira? — Pergunto segurando o riso.
— Eu pensei que você fosse um bandido — Diz totalmente sem graça. Ampliando meu sorriso.
— Eu te conheço? — Analiso seu rosto, mas ela nega com a cabeça.
— Creio que não... será que você poderia fazer a gentileza de me dizer como chego a parte da reserva? Eu saí para correr e acho que me perdi — A menina parece bastante nervosa. E correr, a essa hora?