Capítulo 8 - "Serviu-lhe a carapuça?"

1.5K 99 1
                                    

- Hey tu – chamou Ross – Preciso que trates do meu quarto agora – ordenou.

- Vou já tratar do seu quarto, primeiro vou tratar dos quartos dos seus irmãos.

- Não ouviste? És surda? Eu disse A-GO-RA – disse separando as sílabas.

- Sim, ouvi e acho que também ouviu o que eu disse, vou tratar dos quartos dos seus irmãos primeiro e depois o seu – expliquei esgotando a minha paciência.

- Quem é que pensas que és para falar assim comigo? – Disse Ross gritando furioso – És só uma pobre empregada – disse agarrando-me no braço.

- E quem é que pensa que é para me tratar assim? Sou uma simples empregada mas pelo menos tenho mais educação – protestei.

- Sabes que posso correr contigo desta casa? – Ameaçou.

- A sério? Então fá-lo – defendi-me – Mas se o fizer ficará sem ninguém que lhe faça a caminha nem que te prepare o que lhe apeteça. Agora com licença, tenho muitas coisas para fazer – disse soltando-me.

A paciência que ainda tinha já se tinha esgotado.

Ross ficou parado, em choque, nunca tinha pensado que eu pudesse ficar assim, tão à defensiva, agora ainda me ia odiar mais. Olhou para mim quando entrei no quarto de Rydel, há muito tempo que ele não se sentia magoado com alguém, perguntava-se a si mesmo porquê que tinha ficado magoado comigo, com uma simples empregada.

Entrei no quarto de Rydel enfurecida e os nervos consumiam-me por dentro, era a primeira vez que enfrentava Ross desta maneira, ele merecia, nunca ninguém me tinha mandado fazer nada daquela maneira, nem me humilhado. Sou uma simples e pobre empregada mas sou humilde, respeito os que me respeitam, tudo o que ele não era. Fazia a cama da Rydel enfurecida, tinha vontade de voltar e estrangular aquele idiota mas se o fizesse de certeza que me punham na cadeia.

Depois de ter arrumado todos os quartos fui varrer o pátio, varria tranquilamente disfrutando do vento que chocava com o meu corpo e que fazia o meu cabelo esvoaçar, até que vi uns pés ao pé da vassoura com as unhas pintadas de vermelho.

- Hey!

Levantei a cabeça e era a loira.

- Podes parar de varrer? Estou a apanhar sol e não o posso fazer tranquila por causa do pó asqueroso.

- Desculpe, mas o meu dever é varrer o pátio – informei.

- Se queres varrer lixo porque não te varres a ti mesma? – Disse chateada.

- Sempre pensei que as loiras são burras e acho que não vou mudar de opinião – respondi-lhe.

- Estás a chamar-me burra, empregada de quinta categoria? – Perguntou quase a deitar fumo pelas orelhas.

- Não sei, serviu-lhe a carapuça?

A loira passou-se e deu-me uma chapada na cara, fez-me voltar um pouco a cabeça.

- Não sabes com quem te estás a meter, empregada – gritou furiosa.

- Eu sei perfeitamente – respondi.

- És um lixo, igual às outras da tua classe – disse entrando em casa furiosa.

Just a MaidOnde histórias criam vida. Descubra agora