Capítulo 35 - "Às nove vou sair com o Dallas"

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Ele ficou a olhar para mim e sentou-se rapidamente no sofá.

- Dormiste aqui a noite toda? - Perguntei silenciosamente.

- Queria estar com a Rydel - respondeu bocejando - É linda a dormir - sorriu.

- Sim, tenho de acordá-la - avisei abrindo as cortinas.

- Bom, vou tomar um duche.

- Ross - chamei - Só te quero informar que à tarde vou ter que sair e como o meu trabalho acaba às oito e meia às nove vou sair com o Dallas.

Ele só olhou para mim, aquele olhar foi muito frio, como se tivesse dito algo que o chateou.

- Faz o que quiseres - disse e saiu do quarto, fechou a porta com força, o suficiente para acordar Rydel.

E agora o que é que eu fiz de mal? Estávamos a falar bem e agora faz isto. Será estúpido pensar que Ross ficou chateado ao saber que eu ia sair com o Dallas? Ou não? Então, porquê aquela atitude?

- Rydel tens de te levantar, tens aulas.

A pequena só dava voltas na cama espreguiçando-se.

- Deixo-te a roupa aqui, desce para tomares o pequeno-almoço.

Deixei-lhe a roupa aos pés da cama e saí do quarto, tinha tomado a decisão de ir falar com Ross. Cheguei à porta do quarto de Ross e toquei no mínimo umas cinco vezes. Já ia tocar uma sétima vez quando a porta se abriu e vi Ross só com uma toalha amarrada à cintura deixando ver os seus abdominais perfeitos.

- O que fazes aqui? - Perguntou ele de maus modos.

- Temos de falar - afirmei.

- Temos... Acho que se trata de muitas pessoas mas como podes ver estou a vestir-me, posso conversar daqui a pouco, amanhã, depois de amanhã, ou melhor - fingiu que estava a pensar - Nunca!

Está bem, se ele não queria falar também não o ia obrigar nem pedir-lhe de joelhos mas esta é a última vez que o procuro para tentar solucionar os problemas.

Pensei que podíamos ser amigos mas isso desvaneceu-se. Porquê tinha de ser tão difícil? Parecia uma estúpida encostada à porta do seu quarto, ia sair dali mas a porta abriu-se, ia cair se não fosse Ross que me apanhou.

- Ainda estás aqui?

- Ia-me já embora - disse indo-me embora mas ele agarrou-me no braço.

- Ok, se queres falar vamos falar.

- Não, já não quero - sorri falsamente, eu não ia falar só quando lhe apetecesse.

- Sara, não vamos ser infantis.

Ele a falar de infantilidade, mas quem era o verdadeiro infantil aqui? Ele!

Suspirei vencida, cruzei os braços e entrei no seu quarto. E agora o que é que lhe ia dizer? Tinha vontade de falar com ele mas nem sabia por onde começar. O melhor se calhar é ser arrogante, sair do quarto dele e nunca mais lhe falar. Bom, se calhar estou a ser um pouco exagerada. Pus-me à sua frente, ainda bem que já se tinha vestido, tinha umas calças pretas justas e uma t-shirt branca. Agora sim, ia falar.

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