Cap14- Paixão Deslumbrante

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Os olhos de Flavio estavam me invadindo por dentro, seu olhar me mostrava medo, desespero e angústia, ele não conseguia dizer uma só palavra, e eu muito menos, não tinha novamente da merda que tinha feito enquanto estava dormindo, isso é se eu dormi ne? Não me lembro de nada, e isso pode acabar de vez com meu casamento.

- Oi meu bem, o que queria falar comigo? - Falei com uma voz calma
- Meu bem Juliana? O que esta acontecendo com você? Olha a situação que você estava ontem, bebeu, encheu a cara e ficou resmungando coisas como se tivesse discutindo com alguém, não falava nada com nada, tentei conversar com você e você fora de si, vai me falar o que ta acontecendo ou não? - Questionou
- Tudo bem, vou te falar. Melhor você se sentar então! - Resolvi desabafar
- O que é tão serio assim Juliana?
- Eu to confusa Flavio, esta acontecendo umas coisas diferentes comigo! - Disse baixinho
- Eu to vendo isso, alias até sua família percebeu ontem!
- Posso continuar? - O cortei
- Claro, desculpa!
- Eu te amo muito Flavio, você sabe que é o homem da minha vida e que meu sonho sempre foi construir nossa família, porém comecei a sentir atração por uma pessoa que não é normal, você vai me odiar por isso mas eu não estou aguentando mais esconder isso de você. - E travei
- O que é Juliana? Fala, o que ta acontecendo? Você ta me deixando nervoso! - Disse se levantando

Fiquei nervosa e não conseguia falar mais nada, eu tentava continuar mas não saia voz, simplesmente travei e o deixei ainda mais nervoso, ele me pressionava, me cobrava explicação e pedia pra dizer logo de vez, de tanto me pressionar eu gritei.

- Eu to apaixonada por uma mulher!

Flavio olhou perplexo pra mim, não acreditando no que acabava de ouvir, ele ficou boquiaberto e não conseguia expressar nada, eu perguntei se ele estava bem, pedia pra dizer algo, pra brigar comigo, pra fazer qualquer coisa, mas ele não fazia absolutamente nada, eu busquei um copo de água e quando voltei Flavio já não estava mais na sala, procurei pela casa e não o encontrei, percebi que a chave do carro também não estava em cima da mesinha, fiquei desesperada, com medo dele fazer alguma loucura, de se machucar ou acontecer algo pior, meu Deus o que foi que eu fiz? Eu não devia ter contado, Flavio vai me matar, caralho Juliana porque você abriu a boca idiota, meu consciente me mal tratava ainda mais, eu ja me sentia culpada e minha própria voz me colocava ainda mais pra baixo, como você pode fazer isso com alguém que daria o mundo por você, puta merda Juliana.
Comecei a enjoar novamente, tudo começou a rodar e logo fui para o banheiro, joguei tudo que ainda havia no estômago, vomitei água pura, não tinha nem o que vomitar mais, fiquei sentada no chão do banheiro e comecei chorar novamente, sabia que havia acabado de vez com tudo, porque eu não fiquei quieta? Porque não acabei de vez com aquela garota, olha a merda que esta acontecendo e garanto que ela ta pouco se fodendo pra mim! Entrei pro banho e permaneci debaixo d'água por muito tempo, a aguas caia sobre meus cabelos e eu tentava melhorar da tontura, me sentei ao chão novamente e deixei a água caindo em meu pescoço, estava passando muito mal, muita náusea e muita ânsia, o que será isso meu Deus? Não pode ser só a cerveja que esta me deixando tão ruim assim.
A tontura foi melhorando, e terminei meu banho, estava um pouco enjoada ainda, mas logo fui pro quarto me troquei rápido e ia saindo, lembrei que meu carro ficou na minha mãe, puta que pariu!
Tentei ligar para meu marido e estava dando caixa postal direto, ele desligou o celular e eu estava entrando em desespero, liguei pra minha mãe e tentei disfarçar meu nervoso, pedi pra que ela levasse o carro em casa que eu levaria ela de volta, mas a agonia era tão grande que resolvi ir de taxi, foi ai então que eu vi um acidente feio próximo ao centro da cidade, e era o carro do Flavio, entrei ainda mais em desespero e desci correndo do taxi, deixando uma nota de R$ 50,00 para o moço.
Corri até o carro e haviam muitos curiosos em volta comecei a gritar desesperada, não conseguia chegar até meu marido, não conseguia ver se ele estava vivo, as pessoas foram vendo meu desespero e me deixando passar, eu gritava pelo seu nome, meu enjoo ainda mais intenso, quando me deparei com Flavio desacordado e com a cabeça e o rosto todo ensanguentado, eu entrei em choque, logo em seguida os bombeiros chegaram e me levantaram do chão, eu sou conseguia chorar, tudo que me perguntavam eu não conseguia responder, foi ali que avistei Thayna de bicicleta parada olhando de longe curiosa, e ela me viu também, largou as coisas e correu até mim, os policiais tentaram conte-la mas ela informou que era minha aluna e que o rapaz do carro era meu marido, deixaram ela vir até mim.

- Meu Deus do céu Juliana, o que aconteceu? Você esta bem? Você estava no carro? Como aconteceu isso? - Se desesperou
- Moça, você a conhece? - Questionou um dos bombeiros
- Sim conheço, ela é minha professora da faculdade, aquele é o marido dela. - Informou
- Ei, Juh fala comigo por favor, fala comigo meu amor! - Tentou me acalmar
- SAAAAAIII! Sai, você acabou com minha vida, eu to no fundo do poço por sua culpa, saaaii! - Gritei

Thayna se assustou mas não saiu, segurou em minhas mãos e me puxou, me abraçando forte e me pedindo calma, eu desabei a chorar, meu marido estava sendo tirado do carro, e não demonstrava nenhum sinal, eu tentava sair de perto dela mas não conseguia, desabei em seus braços e me senti ainda mais vulnerável, me sentia vazia, nos braços de alguém que havia me deixado confusa, que me fez falar pra ele por não aguentar, é tudo minha culpa, meu marido pode morrer e a culpa é minha, porque eu fui falar? Porque eu fiz essa loucura, meu Deus não deixa ele morrer, traz ele de volta pra mim.
Os bombeiros pediram que eu acompanhasse meu marido, Thayna me levantou e me colocou no carro deles, me deixando ao lado do Flavio desacordado, ela sussurrou em meu ouvido que tudo iria ficar bem, e que iria direto ao hospital para ficar comigo, eu não conseguia sequer responder, eu sou fechava os olhos e chorava.

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