Cap17- Paixão Deslumbrante

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Thayna se desculpou e saiu do quarto, minha mãe continuou me olhando sem entender o que estava acontecendo, eu não tinha noção do que dizer, não sabia por onde sair daquela situação.
Depois de algum tempo no quarto eu falei que estava com vontade de comer comida japonesa, que havia ligado pra ela mas ela não atendeu, logo pegou o celular e pediu para que meu pai levasse pra mim, minha boca ja encheu d'água.

- Juliana, aquela moça é a que estava aqui com você quando tudo aconteceu ne? - Me questionou
- É sim, ela é minha aluna, esta passando por umas situações difíceis e acabou que desabafou comigo. - Tentei disfarçar
- Entendi, seus alunos são alegados a você assim? - Continuou curiosa
- Alguns sim. - Finalizei
- Entendi, soube algo do Flavio? Dr. passou aqui hoje?
- Ainda não, só colheram sangue por conta da anemia, eu quero ir pra casa, não aguento mais ficar aqui. - Disse desapontada
- Se você não esta aguentando, imagina como Flavio deve estar. - Disse me alfinetando
- Sim, imagino e nunca que iria querer ele nessa situação.

Ela estava meio desconfiada, questionando demais, e isso foi me incomodando, algumas horas depois o médico dó Flavio entrou no quarto com um sorriso no rosto e logo veio contando novidade sobre Flavio.

- Tenho ótimas notícias Juliana, Flavio acabou de acordar. Quer vê-lo? - Me perguntou
- Claro, ai graças a Deus! - Agradeci
- Então vou pedir a uma das enfermeiras para levar você até ele na UTI. - Disse pegando meu prontuário
- Ai que bom Doutor, espero que ele fique bem logo, to louca pra contar pra ele do nosso filho.
- Por enquanto não fala, vamos acompanhar e logo ele vai estar pronto. - Me informou
- Tudo bem, importante agora é ele acordar e evoluir. - Me animei

Eu estava louca pra vê-lo, queria poder contar sobre nosso pequeno, e tenho certeza que ele vai amar a novidade, Flavio sempre quis ser pai mas estávamos esperando um pouco, éramos recém casados e estávamos curtindo o nosso tempo juntos, mas tudo acontece no tempo certo, quando eu menos esperei fui presenteada.
Não sei como ele vai receber essa notícia, ainda mais depois do que eu contei, fui muito idiota em falar, mas não aguentava mais mentir pra ele, estava me sentindo uma filha da puta, embora eu tenha sido, quero poder mudar tudo isso.
Estava esperando a enfermeira me levar até a UTI pra ver meu marido, logo ela chegou, e quem era? Sim, Luiza, a moça que colheu meu sangue logo pela manhã, logo que me viu ela abriu um sorriso encantador, e eu sorri e logo fui me levantando, ela me ajudou com o soro e me perguntou se eu queria ir na cadeira de rodas, se estava com tontura ou estava bem, decidi ir andando devagar pra não sentir náuseas.
No caminho pude sentir as mãos de Luiza, eram macias e muito quentes, ela sempre muito cuidadosa e atenciosa, foi conversando comigo no caminho, me animando e me encorajando, porque aparentava estar bem ansiosa e muito preocupada, e ela conseguiu me acalmar, esta sendo um anjo comigo hoje.
Chegando ao quarto pude ver Flavio ainda com a cabeça enfaixada, mas ja estava menos inchado do que quando o vi após a cirurgia, me deu um alívio tão grande saber que meu marido acordou do coma, cheguei próxima a ele e peguei em sua mão, acariciei seu rosto e ele abriu os olhos.

- Oi meu amor, como você esta se sentindo? Que bom te ver acordado, eu estava morrendo de saudades. - Acariciei seu rosto

Flavio permaneceu calado, não disse absolutamente nada, apenas sorriu de canto e apertou minha mão, me preocupei, porque ele não me respondeu? Fiquei ali por algumas horas, ja anoitecia e eu estava com fome, logo Luiza voltou e pediu pra voltar para o quarto, para que eu pudesse comer, a janta ja estava em meu quarto e eu precisava me alimentar nos horários estipulados pelo médico, acabou que nem comi os sushis que tanto desejei, quem sabe amanhã, ja pensava com a boca salivando, me despedi do Flavio e ele ja havia adormecido, dei um beijo em seus lábios e fui para meu quarto.

- Nossa, eu to desejando comer comida japonesa o dia inteiro, será que o Doutor me libera pra comer? - Perguntei a Luiza
- Posso ver com ele se você pode comer. - Disse olhando em minha boca
- Ah, ficaria muito grata! - Disfarcei
- Come sua janta hoje, tenta beber bastante água se ficar enjoada, qualquer coisa você me chama, estou de plantão até as 6 horas. - Informou
- Pode deixar, vou comer sim, espero que não tenha enjoos, não aguento mais vomitar.
- Isso vai passar, esses primeiros meses é bem complicado, e por conta da anemia que você esta em observação e em repouso. - Me acalmou
- Espero! - Disse em seguida

Logo ao entrar no quarto, havia um buquê de rosas vermelhas, eram lindas, meus pais ja haviam ido embora, Luiza ficou surpresa e deu risada, me ajeitou na cama e eu pedi pra que pegasse o cartão, ela procurou e logo pegou um pequeno cartão branco escrito em vermelho.

- "Perdão por ter sido fraca no seu pior momento, mas espero que você e seu marido melhorem logo, sei que não deveria te dizer isso, mas eu te amo."

Fiquei emocionada com a atitude, e mesmo sem estar assinado eu sabia que era da Thayna, Luiza pegou minha janta e colocou na mesa móvel que estava ao meu lado, percebeu minha emoção e elogiou as flores, e ficou ali me fazendo companhia enquanto eu jantava.

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