CAPÍTULO XXIV
Uma hora depois, naquela mesma manhã, Christian encontrava-se no terraço da vila, interrogando Tom Blecker, o mestre-carpinteiro de Ravensford Hall, que acabava de examinar os destroços da balaustrada.
- Então, foi essa sua impressão, Tom? Alguém forçou a balaustrada!
- Infelizmente, Sua Graça, não há dúvidas quanto a isso. - O velho empregado mostrou a parte inferior do parapeito. - Veja por si mesmo. Há marcas de alavanca aqui.
Christian ajoelhou-se ao lado dele e examinou a parte em questão. Mas foi um mero ato de cortesia. Conhecia bem Tom Blecker, um profissional de primeira ordem. E não compreendia por que alguém tentara matar Anastasia... ou ele próprio! Imagens de outro acidente formaram-se de súbito em sua mente. Mas descartou-as com impaciência. Não podia se fiar na vaga memória.
- Estou convencido, Tom — disse, levantando-se. — Agora, quero lhe pedir mais um favor.
- Pois não, Sua Graça.
— Não mencione o fato a ninguém. Quero descobrir quem fez o serviço e com que intuito, antes de decidir que atitude tomar. Pode me prometer isso?
Tom Blecker aprovou a decisão. Conhecia o rapaz e gostava dele. Sua Graça era um homem justo e inteligente. Devia ter boas razões para não tornar notório tal fato.
— Tem a minha palavra, Sua Graça.
— Você é um bom homem, Tom. E sensato. — Christian deu-lhe uma palmadinha nas costas. — Vou para o Hall, agora.
Quer que mande alguém para ajudá-lo?— Não é necessário. Isto é trabalho para uma pessoa.
Tom pôs-se a retorcer o chapéu nas mãos, hesitante.
— Não acha melhor que eu verifique também o parapeito do outro balcão?
— Você me tirou as palavras da boca, Tom! Ia pedir-lhe justamente isso!
Christian dirigiu-se para o Hall imerso em pensamentos. Como igir, agora que suas suspeitas haviam sido confirmadas? Convocar imediatamente o chefe de polícia do condado? Mas haveria publicidade em torno do caso, algo que, em virtude do cargo que ocupava, preferia evitar.
Além do mais, havia o fato incontestável de que sofrera inúmeros atentados, desde que entrara para o Serviço Secreto de Sua Majestade. Porém tinham ocorrido quando estavam ainda em guerra. Agora, a não ser por uma pequena questão com algumas das ex-colónias inglesas na América, havia paz na Inglaterra.
Por conseguinte, não podia descartar a hipótese de que alguém atentara contra a vida de Anastasia. Mas quem poderia desejar a morte dela? Pensou em sua ex-noiva, mas logo afastou essa ideia. Lady Elizabeth Hastings era uma mulher fria c calculista, talvez violenta e presunçosa, porém incapaz de cometer um crime.
No entanto, ela quase enlouquecera de raiva com o rompimento do noivado... Mais uma razão para afastar Anastasia dali até que a situação se acalmasse! A convocação do governo não podia ter chegado em momento mais oportuno. Entre outras coisas, dava-lhe tempo para elaborar um plano capaz de evitar que o acidente se repetisse.
Seus pensamentos voltaram-se para sua jovem esposa, e um sorriso de ternura curvou-lhe os lábios. Seria delicioso mostrar-he Londres. Iria fazé-la admirar o que ela não conhecia e lhe revelar seus gostos, suas ideias, até suas próprias fantasias.
Meia dúzia de rostos ansiosos voltaram-se para o duque, que permanecia de pé, no hall de entrada, quando ele perguntou, tenso:
— Estão me dizendo que ninguém os viu sair? É bastante curioso!
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Equívoco de Christian Grey
ФанфикRESUMO Um terrível equívoco rouba a inocência de uma jovem e compromete o coração de um famoso conquistador Amedrontada, Anastasia correu os olhos pelo imponente aposento que lhe haviam destinado. A ampla cama de casal, as ricas cortinas de veludo...