CAPITULO XV

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CAPITULO XV

Christian Grey e Bruce Darnley tinham-se erguido do sofá e caminhavam, lado a lado, de uma extremidade a outra do salão azul, onde os convidados já reunidos tomavam xerez.

— Quero que me enforquem no próximo ano, se eu abrir a boca para dizer que estou para aniversariar! — disse Sua Graça, parando junto à lareira.

Bruce bateu-lhe no ombro.

— É lamentável, mas parece que o surpreendemos, meu amigo.

Christian olhou-o com simpatia.

— Absolutamente, Bruce! Só não esperava que viessem to­ dos juntos.

— Sua Graça devia saber que era inevitável — disse uma moreninha de olhos amendoados. — Pamela não iria permi­tir que seu aniversário passasse em brancas nuvens! E nós, que
somos seus amigos, também não. Afinal, estar de luto não sig­nifica privar-se de todas as satisfações da vida!

Christian acenou vagamente com a cabeça, enquanto se voltava para a elegante e graciosa mulher trajada de verde, que con­versava e ria, parecendo muito satisfeita. Então, fora ideia de Pamela! Que presunção a dela imaginar que essa relação iria durar pela vida afora! Precisava fazer com que ela compreen­desse de uma vez por todas que o romance entre eles estava acabado. Afinal, nunca fora um homem que se deixasse en­travar por escrúpulos!

Nesse instante, várias cabeças voltaram-se para a porta. Acompanhou seus olhares e avistou Anastasia, que entrava na sala. Reteve a respiração por um momento. Ela estava um mo­delo de perfeição em seu traje cor de água-marinha e com fi­tas da mesma cor prendendo-lhe os cabelos lustrosos. Ao vê-lo, estacou, a própria graça perpetuada na quietude. Depois, len­tamente, seu rosto abriu-se num sorriso meigo.

— Céus! — exclamou Bruce, os olhos fixos naquela sedu­tora figura de mulher que ele via pela primeira vez. — Quem é ela?

Christian não respondeu. Já deixara seu grupo e caminhava pa-;ra a bela desconhecida com um sorriso nos lábios. Foi a mo­rena que o esclareceu:

— Não sabe? É a pupila de Sua Graça. Toda Londres fala nisso.

— Pupila? — Bruce sorriu cinicamente. — Vanessa, não está querendo dizer...

— Oh, não! Não é o que você está pensando! — disse ela rapidamente, com receio de atrair sobre si a cólera do duque.

— Como invejo a sorte de Christian!

— Sua Graça cerca-se apenas de mulheres belas — concordou Vanessa. — E você deve convir que essa jovem é a jóia, a pérola de sua coleção!

Ela procurou Pamela com os olhos. Ao vê-la inteiramente absorvida no exame da pupila do duque, sorriu perfidamente.

— Isso promete ser interessante!

— Certamente — disse Bruce, distraído, observando a fi­gura alta e elegante de Christian Grey a caminhar com indolência por entre seus convidados.

Anastasia esperava-o, ansiosa. Ele estava se mostrando tão bondoso desde que voltara de Londres que não sabia o que pensar. Na verdade, o homem que agora a cumprimentava com cortesia parecia totalmente diferente daquele que conhecera alguns meses antes. E ela, que achava tão terrível julgar des­favoravelmente quem quer que fosse, sentia-se aliviada e feliz a um só tempo.

— Vi-a entrar — dizia ele, sorrindo — e achei-a ainda mais bonita do que esta manhã.

— Devem ser meus trajes, senhor.
Christian a contemplou demoradamente.

Equívoco de Christian GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora