CAPÍTULO XVIII
Anastasia deslizava sorridente por entre os convidados, agora reunidos no salão. Parava aqui e ali, diante de grupos que discutiam a política e os escândalos sociais, dizia algumas palavras amáveis e continuava a circular. Bem-nascida, educada numa tradição de afabilidade, achava natural mostrar-se solícita e requintada.
No entanto, essa gentileza e a serena compostura escondiam preocupações. Enquanto caminhava, ela ia recordando o momento em que Nicolas Edwards a informara, tão naturalmente como se estivesse falando do tempo, de que lady Pamela era a amante do duque. Temia que o conde tivesse notado o movimento de surpresa que não pudera conter.
Pensou o que teria feito lady Jersey, a mais perfeita e austera anfitriã de toda Londres, nessa circunstância. E de uma coisa teve certeza: a grande dama do Almack's não teria procedido como uma adolescente desajeitada!
Nesse instante, como se tivesse recebido seu apelo silencioso, viu o conde de Ranleagh caminhar em sua direção.
— Aí está você, princesa! Felizmente a encontrei.
— Oh, mas eu estive sempre aqui, à disposição de todos!
Ele sorriu.— Você é uma anfitriã perfeita, linda Anastasia. Christian não poderia ter encontrado outra melhor, e eu me pergunto se ele a merece. Mas não era isso a que eu estava me referindo, e
sim a meu desejo e também de Pamela de sair discretamente de Ravensford Hall.— Está de partida? — perguntou Anastasia, pensando se ele não estaria aborrecido por qualquer motivo que não queria confessar. — Assim tão de repente?
- Sim, princesa, embora seu desapontamento quase me convença a ficar.
- Por que não fica, então? O jantar...
- Tenho certeza de que será uma delícia gastronómica! Mas a verdade é que lady Pamela tem um compromisso urgente em Londres e eu prometi acompanhá-la.
Anastasia olhou para lady Pamela, que estava à porta do salão, viu seu ar infeliz e sentiu-se invadida por uma súbita onda de piedade.
- Compreendo. Mas não sei onde o duque se encontra neste momento.
- Ótimo! — disse concisamente Nicolas Edwards.
- Neste caso, permita que eu os acompanhe até a carruagem — disse Anastasia, com um mal-estar que mal conseguia dissimular.
- Teremos muito prazer.
Pouco depois, de volta ao hall de entrada, um dos criados abordou-a.
- Queria desculpar-me, senhorita...
- Que há, Robert?
- Alguém a espera em seus aposentos. Anastasia não escondeu sua surpresa.
- Em meus aposentos? Mas quem?
- Não sei dizer, senhorita. Foi o sr. Jameson que me encarregou de lhe transmitir esse recado.
- Perfeitamente, Robert. Obrigada.
Um pouco inquieta, ela dirigiu-se ao andar superior, pensando em quem a obrigava a subir, quando sua presença era tão necessária lá embaixo. Ao entrar em seu quarto, estacou surpresa. Christian Grey! Ele estava de pé junto à janela, o rosto moreno e bonito iluminado pelo sol poente, a camisa branca aberta no peito. Seus olhos, capazes de demonstrar tanta ternura, mostravam-se agora de um azul sombrio, como o mar em dias de tempestade, e olhavam para ela com uma expres-são glacial.
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Equívoco de Christian Grey
FanficRESUMO Um terrível equívoco rouba a inocência de uma jovem e compromete o coração de um famoso conquistador Amedrontada, Anastasia correu os olhos pelo imponente aposento que lhe haviam destinado. A ampla cama de casal, as ricas cortinas de veludo...