Capítulo 38

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Christian curvou-se sobre a esposa, que dormia com os cabelos espalhados sobre o travesseiro, e beijou-lhe a testa.

— Feliz aniversário, amor.

Ela agitou-se no sono, e seus lábios moveram-se. Depois, com um suspiro, despertou.

— Querido...

Ele sentou-se na cama e ficou a contemplar o rosto ainda sonado de Anastasia. Era uma daquelas raras mulheres que pa­reciam ainda mais lindas ao despertar!

— Como se sente ao completar vinte anos, adorável pre­guiçosa? — perguntou-lhe com um sorriso. — As horas de amor que desfrutamos esta noite foram demasiado ardentes
para uma idade tão avançada?

— Idade avançada? — indignou-se Anastasia, sentando-se também.

Christian segurou-a pelos ombros e beijou-lhe a boca rapi­damente.

— Gosto de seus olhos quando está zangada. Ficam incri­velmente azuis.

— E os seus ficam muito mais brilhantes quando...

— Quando acabamos de fazer amor e você está deliciosa­mente saciada!

Ele beijou-a longamente, o braço sobre seus ombros, a ou­tra mão estreitando-a contra si. Quando a soltou, ela ria.

— Atrevido!

- Não pude resistir...

Anastasia pôs-lhe as mãos nos ombros para impedi-lo de beijá-la novamente e lançou um olhar para o relógio da lareira.

- Meu Deus! Dez horas! Combinei com lady Margaret que chegaria à vila do lago antes do meio-dia!

Dois dias antes, para sua surpresa, havia recebido um bi­lhete de Elizabeth. Os Hastings, dizia ela, desejavam prestar suas homenagens à duquesa no dia de seu aniversário, oferecendo-lhe uma festa.

Anastasia não esperaria tal coisa da parte de Elizabeth, em quem via uma inimiga. Mas o bilhete era cordial, deixando perceber nas entrelinhas que a moça desejava desculpar-se de sua insolência.

Animara-se, então, a aceitar o convite. Era uma oportuni­dade magnífica para resolverem suas antigas divergências. Na­turalmente, havia discutido o assunto com Christian e Maria. Ambos haviamse mostrado relutantes, mas deixaram-se con­vencer, em grande parte, por efeito de sua insistência.

— Ela procedeu muito mal, estou de acordo — dissera aos dois. — Mas acho que seria melhor esquecer o passado.

— A incurável otimista — murmurara seu marido.
Lady Margaret, ao contrário, mostrara-se encantada quan­do viera para o chá da tarde. Ela a encorajara dizendo:

— "Faz bem em aceitar a oferta de paz de Elizabeth. Mi­nha afilhada tem a língua muito ferina. Mas sei que ela está sinceramente arrependida. Tenho esperança de que vocês ainda sejam boas amigas.

Depois disso, convidara-a a passar pela vila do lago, com a promessa de que, se o tempo o permitisse, iriam à proprie­dade dos Hastings de barco.

— Gosto de remar e quero lhe mostrar que sou ainda boa nesse esporte que pratico desde minha juventude.

Anastasia acreditara que, num excessivo sentimento de res­ponsabilidade pelos erros de sua afilhada, lady Margaret queria ver a situação rapidamente esclarecida e concordara.

Um leve arrepio de frio trouxe-a de volta ao presente. Christian afastara os lençóis para o lado e acariciava-lhe os seios.

— Christian... o almoço — lembrou, já arquejante.

Equívoco de Christian GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora