Lies, Secrets And Mischiefs • Loki •

Capítulo 17

Loki e eu estamos sentados na praça da cidade. De lá da pra ver o ateliê da mãe de Miranda. Posso ver Miranda lá dentro com tia Meredith pelo vidro da vitrine. A cidade é realmente pequena. Os poucos estabelecimentos que tem não são muitos e são apenas no centro. A lanchonete dos meus padrinhos é apenas duas quatras de distância dali.

-Vai falar agora?-Loki me lembra o que estamos fazendo ali. Já que eu estava viajando como sempre.

-Primeiro você.-digo.

-Eu?-assinto. Eu não era a única com coisas a explicar aqui.-Eu não tenho nada pra falar. Já você, tem muito.

-Não se faça de bobo. Já sabia que Tony era meu pai?

-Já.

-Já.-repito. Ele me olha sério. Como se fosse a coisa mais normal do mundo.-Só isso que tem pra dizer?

-É.-ele diz calmo. Sinto que está monossílabico para me provocar. Sinto vontade de bater nele.

-Loki!-dou um tapa em seu braço o empurrando um pouco. Pessoas ao nosso redor sentados nos bancos nos olham. Não sei se foi pelo nome que lhes chamou atenção ou se foi eu com outro homem, em tão pouco tempo e berrando seu nome. Pessoas que me julgavam sem eu nem saber seus nomes. E eu sinceramente não fazia a menor questão de saber. Pessoas assim não mereciam meu reconhecimento.

-Eu desconfiava que vocês tivesse algo a mais que amizade no início.-Loki conta. Está esfregando o braço onde bati.- Mas só descobri que você era filha dele quando você tentou me matar.

-Não começa. Eu não tentei te matar.-me defendo e ele me encara com aquele maldito olhar cínico.

-Verdade. Se tivesse sido real, você teria me matado.

-Tá, cansei.-não estou com paciência pra me defender no momento, então resolvo voltar ao principal.-Como você soube apenas naquele momento?

-Você me segurou por tempo suficiente para entrar na sua mente.

-Ah, que perfeito. Você lê mentes agora? Como?

-Sempre li. Só consigo se encostar na cabeça da pessoa ou se encostar nela por tempo suficiente.

-Ótimo.-ironizo, por mais agoniada por ele saber todos os meus podres. Até mesmo os que eu simplesmente fingia nunca ter acontecido. Ele me olha como se soubesse no que estou pensando. Deve estar estampado na minha cara.-Então você sabe tudo que já pensei na vida?

-Não apenas o que pensou, mas vi sua vida por seus olhos. E só o que me interessou.

-E o que te interessou?

-Que você ia me ajudar, mas que queria me descobrissem na sua casa. Em minha opinião, mais por querer atenção do seu pai, mesmo que negativa, do que por você não gostar de mim. Também algumas coisas que aconteceram com você, que percebi que esconde isso mais que qualquer coisa. E mais, mas não quero passar o dia listando.

-Ou seja, você sabe de tudo. Minha vida deve te interessar muito.-brinco com a ponta do meu cabelo. Fujo do seu olhar. Não suporto saber que mais alguém sabe do meu maior erro.

-Você é um ser interessante, devo admitir. Uma maluca, que tem muito pra contar.-ele segura minha mão tirando do meu cabelo, para chamar minha atenção. E consegue.-Eu não te julgo por nada Alex. Não precisa se sentir mal.-suspiro e assinto. Ele solta minha mão. Sinto falta do seu toque. Tinha me feito sentir melhor e agora parecia estar com um peso nas costas novamente. Ignoro a sensação quando percebo o Deus me encarando.

-Estou surpresa por você não ter ficado irritado quando descobriu tudo.

-Eu não me importo de quem você é filha, não depois de ver que realmente cumpre suas promessas. Então, a não ser que me descubram, eu estarei seguro.