Capítulo 43

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Resolvi ser boazinha e postar logo o último capítulo dessa parte. Bom, talvez não tão boazinha, vocês vão entender o porquê no final.
Ainda não tenho previsão para o início da parte 3 porque fiz um acordo com uma bonita e estou esperando ela terminar a história dela para voltar a escrever a parte 3, que está quase pronta, aliás.
Enfim, até breve e boa leitura.


Convenço Grace de não contar o que aconteceu a ninguém. Digo que não há necessidade de preocupar eles. Mal sabe ela o que planejo. Mas é melhor assim, do jeito que ela é, capaz de contar para me proteger e aí me deixariam amarrada. E eu a veria morrer sem poder fazer nada.

Seguimos nosso caminho, me tranco no meu quarto, guardo o desenho de Grace na pasta com todos os outros desenhos que ganhava dela. Ainda tiraria um dia para comprar quadros em pendurá-los todos pela casa. Mas agora o foco era outro.

Esperaria todos dormirem e acordaria Grace para um passeio noturno. Então a levaria até Agnes, que eu não ligaria para não dar chance de fugir e faríamos a transferência, mas antes iríamos para um dos tais portais. Agnes devia saber onde havia um. Então Grace sem opção terá que passar comigo. Sinto que é maldade da minha parte, mas é a única forma.

E claro, deixarei um bilhete também, pedindo desculpas pela idiotice sem tamanho que estou fazendo. Não que vá adiantar, quando voltar, linda e saudável vou levar xingamentos até dizer chega, mas é um pequeno preço por um grande feito. Deixar Grace morrer é que eu não faria.

Fico no quarto o resto do dia, vejo escurecer pela janela. Continuo ali, me ocupando com tudo e nada. Ouço quando todos vão dormir. Miranda vem com Eve me dar boa noite e meu pai, que ainda parece ressentido, achando que eu estava mentindo sobre aceitar o nome apenas me da um tchauzinho da porta. Me sinto péssima por isso. Queria abraçá-lo e dizer que o amava e realmente aceitava o sobrenome, mas tinha medo de desabar.

Os mais bravos comigo são ele e Loki, bem, são os que mais demonstram ao menos. Da pra ver que Miranda ainda quer me dar uns tapas, mas ela se segura. Sabe que nada vai mudar. Vou continuar fazendo besteiras. Só espero que ela acredite que eu desisti dessa vez. Se estivesse desconfiada não dormiria a noite toda só pra me espionar.

Quando ela e Eve saem do meu quanto, vou atrás de Loki. Noite passada ele já não havia dormido comigo só de raiva. Mas essa noite, mesmo que isso pudesse me atrapalhar, eu queria ele do meu lado. Não aceitaria de outra forma.

O encontro na sala, sozinho, com apenas a luz do abajur ligada e um livro no colo. Ele me nota e então decide me ignorar. Sento ao seu lado e fico apenas o encarando. Na intenção de causar algum desconforto nele. Nada acontece, ele se mantém firme. E faz tão bem sua encenação de que eu nem existo que por um momento eu me pergunto se estou mesmo ali ou se tinha virado espírito.

-Parece até que eu já morri.-digo e ele bufa sem me olhar.

-Você bem que queria.

-Loki, por favor. Eu só estava pensando no bem de Grace.

-É, mas nem um pouco em si mesma ou nas pessoas que se importam com você. Eu gosto de Grace, e entendo o que sente por ela, mas tem que pensar em si mesma também. E Grace também não ia querer isso.

-Eu sei, me desculpa.-peço e ele vira o rosto.-Loki.-chamo.-Eu... Me desculpa, não queria te magoar.

-Não magoou.

-Não, imagina.-debocho e ele vira o rosto.-Tá, desculpa.

-Tudo bem Alex.-ele suspira e volta a me olhar.

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