Lies, Secrets And Mischiefs • Loki •

Capítulo 42

Penúltimo capítulo da parte 2 está aí. Está pequeninucho, mas é meu presente para todas a mulheres maravilhosas que leem a história.
Feliz nosso dia amadas!
Espero que gostem.

-Eu não vou me matar!

-Então é apenas por isso que estava aceitando meu sobrenome? Para que eu ao menos soubesse que me perdoou antes de morrer?-Tony pergunta e parece genuinamente magoado. Me sinto péssima, eu queria o sobrenome dele, mas de certa forma também era para ele saber que estava perdoado caso algo desse errado.

-Não, não é. Escutem, eu só não contei porque não acho que vou morrer.-minto.

-Se não achasse teria contado.-Miranda fala irritada.

-Agni disse, Alex. Seres não mágicos que absorvem a doença não tem chances de sobreviver.-Loki fala sério, tão sério que assusta.

-As chances são quase inexistentes, eu sei, ouvi quando ela falou. Mas esse, quase, já é uma esperança.

-Você não vai fazer isso. Nós daremos um jeito. Ela vai ficar bem.-ele diz.

-Eu cansei de acreditar nisso. Nada ficará bem se apenas ficarmos de braços cruzados esperando um milagre.

-Você não vai fazer isso.-ele diz firme.

-Isso não diz respeito à você! É a minha vida e eu decido o que fazer com ela.

-Se você morrer, vai ficar tudo bem pra você. Tudo acabou, você não sente mais nada, mas como ficamos? A dor será toda nossa Alex.-Miranda argumenta.

-A dor será minha se eu perder Grace. Eu já perdi um filho, não vou perder ela também.

-Alex.-meu pai que ainda está ao meu lado toca meu ombro. Sei o que está em sua mente. Sei o que está na dos três, que me olham com pena.

-Vai, me julga. Digam o que pensam. Que eu estou a colocando no lugar do filho que perdi, mas não é verdade. Eu sei distinguir. O filho que nunca nasceu e a filha que a vida colocou no meu caminho. Uma garota que precisa da minha ajuda, e que eu farei de tudo para salvar.

-Pare para pensar um pouco Alexandra.-Sienna que permanecia até agora em silêncio no telefone, fala.-O que Grace irá sentir quando perceber que você morreu por ela? Acha que ela vai se sentir emocionada ou culpada? Sempre há um jeito. Apenas pense mais um pouco. Se nada adiantar nós amarramos ela e levamos para Eldur. Só não faz besteira.-ela pede.

-Tudo bem.

-Isso não convenceu.

-Tá, eu não vou me arriscar. Me desculpem.

-Ainda não me convenceu.

-Que inferno Sienna. Quer que eu faça promessa de sangue pra te convencer agora?

-Não é necessário, apenas não faça besteira. Vamos confiar em você. Mas fiquem de olho nela.-ela manda.

-Muita confiança essa que estão depositando em mim, me vigiando.

-Com você todo cuidado é pouco.-ela diz. Os três me olham em silêncio e sei que vão obedecer ela.

***

Estavam todos aturdidos. Todos os olhos estavam sobre mim. Grace até se surpreendeu. Normalmente os olhos estavam sempre em cima dela. Ela estava desconfiada. Se estavam de olho em mim e não nela é porque agora eu era o maior problema e ela queria saber o porquê. Mas todos a deixamos no escuro. Ninguém tinha coragem de contar a merda que eu ia fazer. Muito menos eu, porque a ideia ainda martelava em minha cabeça. Tony tinha começado pesquisas que eu sabia que seriam inúteis, mas admirava sua tentativa.

Loki estava bravo comigo. Não dá para culpa-lo. Eu também ficaria se a situação fosse contrária. Ele passa o dia todo ao lado de Maeve e outras de Thor, mas sempre de olho em mim. Não posso sair do cômodo que eles me perguntam o que farei. Foi um milagre terem me deixado sair para dar aula hoje. Só faltava quererem me amarrar em uma cama. Mas enfim, Thor foi me buscar me impedindo de dar qualquer desvio a não ser voltar para casa. Aquilo mal tinha começado e já estava me deixando extremamente irritada. Principalmente pelo fato de ter chamado atenção de vários estudantes que ficaram meia hora pedindo fotos. E o bocão ainda disse que estava hospedado na minha casa. Amanhã provavelmente teria uma ninhada de adolescentes pedindo para irem na minha casa. Coisa que obviamente eu negaria, mas tomaria muito do meu tempo. Se eu pudesse matava aquele loiro.

Estou no terraço tentando ter paz, mas sei que provavelmente tem alguém atrás da porta me espionando. Vendo se não ligarei para ninguém suspeito. Parece até que eu sou a criminosa da casa, sendo que tem um Deus asgardiano maluco na casa e estão todos ignorando isso. Mas que bom que estão, ou teríamos problemas e Loki ainda estaria se escondendo.

-Alex.-a porta de metal range. Grace entra, dou uma espiada e não vejo ninguém além dela lá. Ela se aproxima, está com um papel nas mãos. Senta perto de mim e me estende o papel, que na verdade são dois.-Como você não me pediu mais eu resolvi fazer por mim mesma. Espero que goste. Um foi o que Maeve viu e falou naquele dia que as coisas ficaram ruins. Bom, e esse eu fiz agora pouco.

-São lindos.-digo observando os detalhes.

Observo atentamente os desenhos, em uma folha estão Sienna, Miranda e eu e na outra sou eu com Loki. Fico fascinada com aquilo. Por algum motivo sinto vontade de chorar. Olho para Grace e ela parece confusa sobre o que fazer. A puxo para um abraço e ela fica totalmente perdida. Ela definitivamente não era acostumada a abraços, mas logo eu mudaria isso. Percebo que estou mesmo chorando. Me solto do abraço e limpo as lágrimas. Se fosse algum tempo atrás eu me sentiria uma estúpida por chorar, mas agora simplesmente não me importo, apenas choro a hora que quero e preciso.

-Obrigada Grace. Eu realmente amei.-ela assente timidamente.-Caramba eu preciso achar um apelido para você.

-Pode ser etezinha, é justo. Você já chama Loki de Deus et.

-Como consegue ser tão fofa meu deus? Vem cá, me da um abraço etezinha.

-Ah não precisa.

-Precisa sim, vem.-puxo ela, que ri, então tosse, me afasto preocupada, e a avalio.-Está bem?-ela assente, mas percebo que ficou repentinamente pálida.

-Não está não. Olha pra mim.-vejo enquanto o negro se espalha por sua íris.-Droga. Grace não deixa ela te dominar. Você é forte, tem a mim, tem muitos ao seu lado agora, uma família. Eu te amo.-falo desesperada, nem sei se estou fazendo sentido.

-Palavras bonitas não ajudarão.-a outra Grace me olha com aquele olhar distante e de desprezo. Percebo que ela vai tentar se mover, mas estou a segurando ainda. Seguro firme seu braço e a chacoalho para frente e para trás. Ela me olha como se eu fosse uma louca e então olha para trás de mim, provavelmente para além do parapeito. Quase consigo ler seus pensamentos. Ela quer me jogar do prédio.

-Grace.-digo, minha voz sai como uma súplica e sou jogada longe. Fecho os olhos esperando despencar andares até a morte. Não que estivesse aceitando a morte, apenas não tinha muito o que fazer naquele momento.

-Não.-ouço o grito dela e paro abruptamente.

Sinto que estou pendendo no ar. Abro os olhos. A minha Grace parece estar de volta e está com a mão estendida na minha direção. Ela move a mão e sou puxada de volta. Caio de joelhos no chão. Ela se abaixa e me abraça por vontade própria. Passo meus braços ao seu redor e a aperto. Estou tremendo e ela chorando.

-Me desculpa, me desculpa. Achei que você fosse morrer.-ela diz assustada.

-Estou bem, o importante é que você conseguiu resistir.

-Você teria morrido se eu não conseguisse.

-Mas você conseguiu.-olho para ela. Uma gota de sangue escorre de seu nariz. Ela limpa com a blusa. Toco seu rosto. Ela suspira.-Você vai ficar bem. Todos ficaremos.

-Eu não tenho tanta certeza.

-Eu tenho.