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Silvia caminhou até o palco que tinha no restaurante da pousada, com Margaret a auxiliando para que ela subisse nele. Todos a observava, desde o momento que ela entrou no local, o acontecimento da noite anterior havia mexido com todos, alguns olhavam com pena e outros, como Miranda, que tinha um olhar severo sobre a mulher, ela conhecia bem o caráter do filho e tinha total certeza castanha estava mentindo.

— Olá — Silvia disse, e parou por alguns segundos — Venho aqui… Pedir desculpas por tudo que houve ontem a noite, e pela minha… — Ela parou de falar, respirando fundo até tomar coragem — Minha falsa acusação sobre o xerife Salinas…

Ela foi interrompida por uma série de murmúrios que as pessoas começaram a fazer, muito surpresos e sem entender a situação.

— Bom… O xerife não tentou nada comigo… Entrei em um colapso nervoso e acabei agindo sem pensar, eu novamente peço desculpas a todos, principalmente ao xerife Salinas… Ele é… Ele é um bom homem e não merece ser acusado de algo de forma tão injusta, mais uma vez, desculpa.

Margaret segurou na mão da castanha e às duas passaram pelo grande murmuro que se tornou o restaurante, todos muito surpresos com a declaração de Silvia. Miranda saiu do local e caminhou atrás das duas mulheres, esperou até que a senhora loira deixou Silvia sozinha no quarto e então ela entrou.

— O que esqueceu, Margaret?

— Não é ela — A senhora disse observando a castanha arregalar os olhos e engolir em seco, por um segundo, um mísero segundo sentiu pena da cara de desespero de Silvia.

— Quem é você? O que quer no meu quarto?

— Miranda — A senhora disse em um tom de voz que se sobressaia em qualquer lugar — Miranda Salinas, sou a mãe do xerife.

Silvia abriu a boca em um O perfeito, e um misto de sentimentos a invadiu, entre eles o medo. Essa mulher era mãe do homem que ela havia caluniado e talvez quisesse fazer algum mal a ela, seu cérebro a alertou. Ou não, Jorge era um homem bom e com certeza a sua mãe deveria ser também. Inúmeras possibilidades surgiram em sua mente.

— Não vim aqui lhe fazer mal — A mulher disse, como se tivesse lido os pensamentos da castanha — Quero apenas conversar um pouco com você.

— Desculpe, mas eu não tenho nada para conversar com a senhora.

— Ai que você se engana minha querida, sou a mãe do homem que você caluniou e não venha me dizer que entrou em um colapso nervoso, você deveria ter inventado algo melhor, porque você parecia bem consciente ontem a noite enquanto berrava que meu filho havia tentando abusar de você, não acha temos muito para conversar?

— Eu já me desculpei…

— Sim, sei — A senhora disse olhando todo o quarto, com certo desdém — Mas já pediu desculpas ao Jorge? Desculpa verdadeira, não aquela palhaçada de discurso.

— Não, eu não encontrei ele.

— Certo, agora me fale por que fez aquilo ontem?

— Eu já disse, tive um colapso nervoso…

— Mentira — Miranda a interrompeu — Vou perguntar só mais uma vez querida, por que fez aquilo ontem?!

— Eu já respondi, tive um col…

A castanha não consegue terminar a frase, sentiu a tapa forte em seu rosto, a fazendo cair sentada na cama. Silvia levou a mão ao rosto, onde havia sido acertada e uma lágrima desceu do seu olho, estava a ponto de chorar.

— Você é uma mau-caráter, só consigo sentir nojo — A senhora disse — Você precisava ver o brilho que o meu filho tinha nos olhos quando te viu chegar naquela merda de festa, era contagiante, sabe os olhos de uma criança quando está feliz? Era os olhos do Jorge, mas o seu colapso estragou tudo… Eu só queira que você enxergasse a forma como as pessoas estavam olhando para o Jorge, como se ele fosse um monstro, ele ficou devastado, tudo por sua culpa, espero que ele não caia nesse seu papo de colapso e veja que você não presta, por quê… — A senhora soltou uma leve risada — Até um cego ver que você não vale nada.

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