Jorge estacionou a caminhonete em frente a cabana, olhando para os dois carros da polícia que estavam parados em frente ao local, viu o carro de Miranda parado perto do pequeno jardim que a namorada mantinha ao lado da casa.
Ele olhou para o rastro de sangue que tinha na pequena varanda e levava para dentro.
— Xerife — Kennet o chamou fazendo com que seus olhos fossem para o policial que também entrava no local — a perícia já está a caminho.
Ele assentiu pouco antes de ver o corpo no chão da sala.
— Vai dar trabalho para o pessoal da perícia — outro policial comentou parando ao lado do chefe.
Jorge não respondeu. Escutou os gemidos de choro vindo do quarto de Margaret e andou até ele encontrando a mesmo chorando com a cabeça no colo de sua mãe. Ele abaixou seu corpo em frente às duas mulheres e colocou a mão em cima da de Miranda, acariciando a senhora.
— Vamos para a minha casa — disse ele com certa angústia por ver Margaret chorando daquela forma.
— Não acha melhor levar ela para a pousada? — sua mãe perguntou acariciando as costas da namorada — a Silv…
— Ela não está em casa — ele a interrompeu — a Rebecca foi com ela para Davie comprar algumas coisas, não quero ela aqui na cidade hoje.
— É melhor assim — disse Margaret arrumando sua postura, enquanto enxugava suas lágrimas com um lenço que Miranda tinha lhe entregado — ela vai ficar péssima quando souber o que aconteceu, mesmo que ele tenha a feito muito mal, Silvia jamais… — a senhora não conseguiu completar a frase, voltou a chorar sendo amparada pela namorada.
— Eu sei, vamos sair daqui.
Às duas mulheres saíram na frente indo direto para a caminhonete do xerife que continuou dentro da casa, onde separou algumas roupas de Silvia e de Margaret já que às duas iriam ficar um bom em sua casa. Depois de arrumar a pequena mala ele caminhou para a sala, percebendo que a perícia já havia chegado.
— Irei levar a minha mãe e minha sogra para minha casa e depois volto — ele informou a Kennet que assentiu.
— Por que diabos vocês não isolaram essa merda? — uma mulher loira perguntou entrando na cabana um pouco irritada.
Jorge a olhou de cima a baixo e revirou os olhos mentalmente, antes de cumprimenta-la.
— Elizabeth.
— Salinas — ela apertou a mão que ele ofereceu — você está repleto de incompetentes, saiam todos — a mulher disse para os policiais que estavam dentro da casa — minha equipe vai isolar o local.
O xerife sorriu saindo da casa.
— Seja boa com eles Elizabeth.
— Vocês acabaram de multiplicar o meu trabalho e ainda vem com isso se ser “boa”?
— A moradora da casa estava dentro dela e se recusava a sair — ele explicou voltando para perto da perita que havia saído para fora da casa — e a minha mãe estava com ela, que por sinal é minha sogra, nenhum dos meus policiais as deixariam sozinhas.
A loira de olhos grandes e azuis olhou para o homem a sua frente de cima a baixo o intimidando.
— Foda-se, vocês não deveriam estar na cena do crime antes da perícia porque esse caso não-é-de-vocês — disse Elizabeth pausadamente.
A equipe da perícia começou a isolar o local, enquanto os policiais se retiravam.
— Uma equipe de verdade entra em cena para desvendar o crime enquanto a polícia assiste do lado de fora — ela disse com certo deboche sorrindo enquanto caminhava de volta para a cabana.