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Margaret estacionou o carro em frente a delegacia da cidade, sorridente. As últimas três semanas estavam sendo de uma paz absoluta, Silvia não havia aprontado mais nada desde o dia em que ficou presa. A arrogância e grosseria que a castanha sempre tinha consigo, pareceu diminuir. E isso é um grande motivo para sorrir.

Por enquanto.

A senhora abriu a porta de trás do carro, e tirou uma cesta com variados tipos de comidas, e por fim entrou na delegacia. Ainda sorridente ela caminhou até a mesa da assistente do xerife, que logo permitiu a entrada da senhora em sua sala.

— Que bom vê-la novamente, Margaret, o que a Silvia aprontou dessa vez?

A senhora sorriu fazendo uma negativa com a cabeça.

— Não, ela não aprontou nada, a Silv está em uma paz absoluta — Margaret colocou a cesta que tinha consigo em cima da mesa de Jorge, que a olhava curioso — Meu motivo aqui é outro, eu queria agradecer por toda a ajuda que o senhor tem nos dado desde que chegamos aqui, mesmo com a Silvia sendo grosseira o senhor sempre nos ajudou… Então comprei essa cesta de café da manhã para o xerife, espero que goste.

Jorge abriu um largo sorriso para a senhora, mesmo sendo muito comum os moradores de Weston lhe presentear sempre, ele sentiu uma felicidade e satisfação que não cabia dentro do peito. Ele se aproximou de Margaret e os dois deram um curto abraço.

— Muito obrigado e, por favor, pare de me chamar de senhor, eu já disse mil vezes que pode chamar apenas de Jorge.

A mulher sorriu.

— É… A Silvia ficou na cabana sozinha? Pensei que a senhora não gostasse de deixa-la sozinha em casa.

— Realmente não gosto, ela sempre acaba se machucando, mas ela não está em casa — Disse ela não dando muita importância ao assunto — Dormiu na casa do senhor Sánchez, eu acho que eles dois estão namorando, ela dorme lá às vezes e bom, ele a faz bem isso que importa, não é?

Jorge engoliu em seco antes de responder, como iria dizer que algo que ele não gostava era bom?

— Sim — Foi apenas isso que o xerife disse, de forma seca, o que fez Margaret sorrir sem mostrar os dentes.

Os dois continuaram conversando por mais alguns minutos. E Jorge não deixou de pensar no que a senhora havia falado, sobre a castanha está namorando o Sánchez, e mesmo que ele não admitisse para si mesmo, isso o deixou incomodado. Quando a senhora foi embora, o xerife bufou deixando o corpo cair sobre a cadeira. A notícia de que Silvia estava namorado havia realmente mexido com ele, de uma forma que Jorge não gostou nenhum pouco.

••

— Desculpa — Sánchez disse entrando dentro do quarto, onde a castanha estava irritada.

— Eu passei a noite sozinha Sánchez! — Ela exclamou impaciente — Você disse que era só um encontro.

O homem respirou fundo sentando ao lado de Silvia, que estava sentada em sua cama.

— Também pensei que fosse ser apenas um encontro — ele começou a falar — Mas a Anna e eu começamos a conversar sem parar quando eu percebi já estávamos na casa dela, se beijando e…

— Não precisa entrar em detalhes — Disse a castanha o interrompendo.

— Me desculpa.

— Só te desculpo porque você parece mesmo gostar dessa Anna, e também… Eu acho que quebrei algo seu ontem a noite.

Ela deu um sorriso amarelo que fez Sánchez fazer uma negativa com a cabeça, sempre que ela ia dormir na casa dele acabava quebrando algo.

— Você está me dando muito prejuízo, vou começar a cobrar — ele disse ficando de pé, de forma sarcástica, o que fez Silvia sorrir.

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