twenty-three

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— Caramba!

O xerife disse assim que entrou na casa, o local estava repleto de flores, tinha tantas que ele não poderia nem contar, sua sala havia virado um “quarto” com uma cama no chão e algumas velas espalhadas. Ele olhou para a amiga que estava encostada o observando com um sorriso no rosto.

— O que aconteceu aqui? — Ele perguntou a encarando com as sobrancelhas levantadas.

— Bom, isso é para a sua namorada, você disse “quero a minha casa o lugar mais romântico do mundo” — Ela disse mostrando o lugar para ele — Então eu fiz, e ainda tem mais, vocês provavelmente vão transar, espero porque eu não tive esse trabalhão apenas pra um jantar…

— Medelain! — Os dois sorriram.

— Bom, fiz uma playlist do sexo para vocês! — Ela exclamou sorrindo, mas logo tirou o sorriso do rosto ao ver a expressão no rosto do xerife — Qual é xerife?! Todo casal precisa de uma playlist do sexo.

— Você não existe…

— Não mesmo — Ela o interrompeu — E o jantar, está uma delícia, fiz o meu melhor.

— Quanto tudo isso vai me custar?

— Muito caro, mas não se preocupe com isso hoje, depois você me paga — Disse ela pegando sua bolsa — Na verdade amanhã, gastei uma fortuna com flores e com o pessoal pra redecorar tudo, então quando eu vir buscar o resto das minhas coisas amanhã você me pagar.

Jorge sorriu assentindo e a acompanhou até a porta, depois de se despedir da amiga, ele caminhou por toda a sala e seu sorriso aumentou, estava tudo tão perfeito, parecia o cenário de um filme romântico. Ele olhou seu relógio de pulso enquanto caminhava até o banheiro, viu que faltava vinte minutos para às nove, hora que havia combinado com Margaret para trazer a castanha até sua casa. O xerife tomou um banho quente e caminhou até o seu quarto, não deixando de ficar surpreso quando abriu a porta e sua roupa já estava sobre a cama com um bilhete “ela vai cair nos seus braços quando te ver com essa roupa”. Jorge gargalhou, e fez uma negativa com a cabeça se perguntando “será que eu deveria ter comentado com a Medelain que a Silvia é cega?!”

Exatamente as 09:00 horas da noite, sem nenhum atraso, a campainha da casa do Xerife tocou, ele saiu do quarto um pouco nervoso caminhando até a porta, olhou a casa pela última vez e então abriu a porta, sorrindo de imediato ao ver a namorada. Silvia estava nervosa, e odiava isso, não sabia o que esperar dessa noite e a incerteza a deixava um pouco irritada. Margaret acenou antes de se afastar, ele segurou na mão da castanha a levando para dentro.

— Você está linda — Disse Jorge dando um beijo na testa dela.

— Obrigada.

— Vem — Ele disse a guiando até a mesa, onde o jantar deles já estava servido.

— Sua casa está com um cheiro família… Eu não consigo lembrar…

— São as margaridas — O xerife percebeu a surpresa  da namorada e sorriu, enquanto sentava na cadeira em frente a ela — A casa está repleta delas, você disse que adora as amarelas.

Silvia sorriu e fez uma negativa com a cabeça, sentiu quando o namorado tocou sua mão e a segurou. O jantar deles foi tranquilo, os dois conversaram sobre diversos assuntos, a castanha gargalhou diversas vezes das piadas sem graça do xerife, que continuou a fazê-las até o jantar acabar.

— Essa vai ser a última, eu juro.

— Você disse isso há trinta minutos, Jorge — A castanha bufou — Chega, ok?

— Ok, mas essa última seria muito boa.

— Outro dia você me conta ela, por hoje chega de piada.

InalcanzableOnde histórias criam vida. Descubra agora