Jorge voltou a tocar o rosto da castanha, e diferente da última vez que ele fez tal gesto, a castanha não recuou. Silvia permitiu aquele mínimo toque enquanto continuava a chorar.
— Silv... O que aconteceu? — Ele perguntou enquanto acariciava o rosto da castanha.
Ela não respondeu, continuo a chorar como se não houvesse escutado a pergunta do xerife.
— Me conta o que aconteceu — Ele pediu, segurando o rosto dela entre as mãos.
— Jorge... — Ela murmurou entre o choro, o abraçando, a princípio ele ficou sem reação, não esperava que ela fosse o abraçar, Silvia sempre foi muito contida em seus movimentos diante dele.
Ele acariciou os cabelos dela, a abraçando mais forte.
— O que aconteceu? — Ele voltou a perguntar, depois de alguns minutos quando o choro dela começou a diminuir.
— Estou com medo... Eu preciso da Margaret, cadê a Margaret? — Perguntou Silvia ainda chorosa.
— Calma, venha, irei leva-la até a Margaret na...
— Não, não, eu não posso voltar pra lá — Ela disso o interrompendo enquanto voltava a se afastar, o xerife a olhou confuso — Me leve para a cabana, quero ir pra cabana.
— Ok — Jorge respondeu confuso, não estava compreendendo o que a castanha queria.
Ele deu uma última olhada em Silvia por completo, seu vestido sujo, os pequenos cortes em sua pele, por um momento seus pensamentos sobre o que poderia ter acontecido para ela está naquele estado foram os piores. O xerife apertou o corpo dela no seu, a pegando nos braços e ficou de pé, a castanha levou o rosto ao pescoço dele como algo espontâneo que sempre ocorria quando estava perto dele. Jorge caminhou com ela por um caminho que dava direto para o estacionamento do parque florestal, quando chegou em sua caminhonete ele ligou para Rebecca.
— Preciso que você venha aqui no estacionamento — Ele disse enquanto colocava o cinto em Silvia, que estava em silêncio.
— Você está com a Silvia? Aconteceu alguma coisa grave?
— Só venha até o estacionamento Rebecca.
— Ok.
Depois que ele desligou o telefone, não demorou muito para que a ruiva chegasse ao estacionamento, Jorge viu quando ela se aproximava e desceu da caminhonete.
— Vou levar a Silvia pra Cabana, você pode levar a Margaret?
— Me chamou aqui pra isso?
— Sim, qual o problema?
— Você poderia ter pedido isso por telefone, parece até que não pensa — Disse Rebecca revirando os olhos — Vou chama a Margaret e a levo.
O xerife assentiu antes de voltar isso para a caminhonete. Silvia estava com a cabeça apoiada na porta e algumas lágrimas corriam em seu rosto, um choro silencioso. O caminho até a cabana foi longo, o único barulho vinha da música que tocava no rádio, os dois estavam em total silêncio, algumas vezes, Jorge olhava a castanha para ver se ela continuava a chorar ou não. Quando parou em frente a cabana ele desceu, deu a volta e abriu a porta que a castanha estava.
— Droga — Ele murmurou quando os dois pararam em frente a porta da cabana — Você tem as chaves?
— Não, mas a Margaret deixa uma cópia em baixo do tapete.
— Certo — Disse ele pegando as chaves.
Jorge olhou a cabana, curioso, era a primeira vez que entrava ali, e era diferente do que ele imaginava, sempre pensou que era tudo muito pequeno, mas o lugar era amplo e parecia bem confortável e aconchegante.
— Preciso de um banho — A castanha murmurou.
— Você precisa de ajuda no banho? — Perguntou o xerife um tanto envergonhado.
— Como?!
— Você vai tomar um banho certo? Está toda suja.
— Porque eu precisaria da sua ajuda?
Jorge fechou os olhos quando se deu conta do quão idiota havia sido a sua pergunta.
— Eu não sei, desculpa.
— Ok, eu preciso da sua ajuda, mas não no banho — Disse a castanha — Pode procurar o meu pijama? Eu não sei onde a Margaret o guarda.
— Certo.
— E a minha bengala, você pega ela pra mim?
O xerife olhou em volta, a pequena sala e não precisou procurar muito para encontrar o objeto perto da porta de entrada, ele entregou a castanha que logo caminhou até o banheiro. Silvia conhecia cada cômodo da cabana e diferente de outros lugares, ela não tinha dificuldade em se locomover sozinha.
— O meu quarto é o da direita, meu pijama deve está lá — Disse ela entrando no banheiro.
Ele entrou no quarto, observando cada centímetro dele, era tão pequeno que ele deu dois passos e já bateu na cama. Havia uma cômoda e em cima algumas porta retratos com fotos de Silvia, uma dessas fotos ela estava abraçado a um homem e os dois sorriam para a câmera. Logo ele se voltou para o que tinha que fazer ali, procurar o pijama dela. Abriu a primeira gaveta, onde tinhas as lingeries dela.
— Porra, isso não deve cobrir nada — Ele disse pegando uma calcinha preta e fazendo uma negativa com a cabeça antes de jogar a peça em cima da cama.
Jorge fechou a gaveta, e em seguida abriu outra, e lá tinha alguns pijamas dela, ele pegou um deles e fechou a gaveta, deu uma última olhada na foto em que Silvia estava abraçada com um homem, e saiu do quarto encabulado.
— Silv... — Ele disse batendo na porta do banheiro — Você já terminou?
— Já — Disse a castanha abrindo a porta — O meu pijama?
— Estar em cima da sua cama.
— Ok, dá pra sair da minha frente agora?
Ele se afastou da porta e ela passou para entrar no quarto, fechando a porta, depois de alguns minutos ela saiu do quarto já vestida, e ele deixou de ficar surpreso em como ela conseguia se virar bem sozinha.
— E a Margaret?
— Já deve está chegando — Disse ele observando Silvia sentar no sofá da sala — Você está com alguns machucados, vocês têm maleta de primeiros socorros?
— Sim, mas não precisa se preocupar com isso, quando a Margaret chegar ela vai cuidar de mim.
— Ok... Você não vai me dizer o que aconteceu?
— Não, eu preciso da Margaret.
— Ela já deve está chegando — Ele repetiu as palavras de alguns minutos atrás.
Os dois ficaram em silêncio, Jorge estava encostado na parede observando a castanha que estava sentada no sofá e parecia apreensiva, por um momento ele pensou em pergunta quem era o homem da foto que tinha no quarto dela, mas tinha certeza que ela não o responderia. Mais alguns minutos e eles escutaram quando um carro parou em frente a cabana e logo Margaret entrou no cômodo.
— Silv — Ela murmurou caminhando até o sofá, onde abraçou a castanha que retribuiu de imediato — O que aconteceu com você meu anjo?
— O Justin — Respondeu a castanha em um sussurro no ouvido da senhora — Ele estar aqui, ele nos encontrou...