Ele não poderia dizer que tinha acordado de bom humor, primeiro teve seu sexo matinal interrompido porque a namorada havia combinado de tomar café com a amiga; deixando-o irritado. Ele teve que passar mais quinze minutos no banho para aliviar a tensão daquela manhã, o que o fez atrasar para encontrar Elizabeth. Quando Jorge entrou na delegacia sentiu o olhar de todos sobre ele, costumava ser assim todas as manhãs, mas hoje ele sentia que tinha algo por trás do olhar de pena que era lhe lançado. Anna, sua assistente, baixou a cabeça quando o viu.
— Onde a Elizabeth está? — Ele perguntou olhando rapidamente para alguns casos que tinha encima da mesa da jovem.
— Na sua sala — Ela se limitou a responder, ainda sem o encarar.
— Está tudo bem Anna? — Ele perguntou analisando o comportamento dela ao responder. "Ela está com medo?". Ele se perguntou.
— Acho melhor o xerife falar com a... — Ela apontou a cabeça para a sala dele, indicando que as coisas com Elizabeth não seriam nada boas.
Jorge assentiu, e entrou em sua sala. A perito estava sentada em sua cadeira, sorrindo para algo em seu celular, ele arranhou a garganta fazendo com que o corpo dela tivesse um sobressalto.
— Na minha cadeira? Sério?
— É só uma cadeira — A loira disse ficando de pé, pegando uma pasta que estava sobre a mesa — Acho melhor você sentar — Disse ela apontando para a cadeira vazia e o xerife o fez.
— Você disse que tinha descoberto quem havia assassinado o Justin, então, estou curioso pra saber sobre essa sua descoberta.
A loira engoliu em seco, abrindo a pasta e espalhando algumas fotos e documentos sobre a mesa.
— Achei o telefone dele, aqui estão umas trocas de mensagens combinando de se encontrar na cabana — Ela apontou para algumas fotos impressas para que o xerife pudesse ler as mensagens — Eu procurei saber em que nome estava registrado o número do outro telefone e bom... — Ela apontou para um documento que estava sobre a mesa, fazendo com que os olhos do xerife se arregalassem — Eu sinto muito.
Jorge olhou para ela descrente, esperando ver algum indício de que ela estava brincando ou que era algum tipo de troll feito pelo seus colegas de trabalho, mas nada, ela continuou o encarando seria. Então ele sorriu.
— É isso? Você encontrou um número de telefone com o nome da Silvia e supôs que ela era a assassina do Justin.
— Não, não é só isso — Ela tirou uma bolsa de plástico que tinha um fio de cabelo dentro lhe entregou outro documento — Esse fio de cabelo foi encontrado na roupa da vítima e isso prova que é da sua namorada, e pelo que eu andei investigando, ela é ex-esposa dele, tiveram um relacionamento conturbado e bom... — Ela sentiu-se na cadeira em frente a mesa de Jorge que continuava a encarando incrédulo — Ela tinha motivos para assassinar ele, todas as provas indicam que foi ela, então... — A loira apontou para um último documento que estava sobre a mesa do xerife — Imaginei que isso fosse ser difícil pra você, então eu mesma cuidei de pedir a prisão preventiva dela.
— VOCÊ O QUE?! — Ele gritou pegando o documento e o lendo rapidamente, não poderia imaginar que aquilo estava acontecendo, parecia ser uma pegadinha. "Cadê as porras das câmeras?". Ele se perguntou olhando para os lados.
— Por sorte eu conhecia o juíz, então não foi muito difícil que eu conseguisse a permissão dele para o mandato...
— Você está falando sério?! — Jorge perguntou a interrompendo, ficando de pé — Fale que está brincando agora!
Elizabeth respirou fundo, colocando as mãos sobre as pernas.
— Entendo que deve está sendo difícil pra você descobrir isso, mas, é melhor agora, soubesse que vocês não estão juntos há muito tempo então...
