— Você já comeu tudo?! Sánchez perguntou surpreso quando desviou os olhos da estrada para a castanha. Vendo que ela já havia devorado os dois sanduíches que ele tinha lhe dado há alguns minutos.
— Estava com muita fome — Ela disse, limpando o canto da boca com o guardanapo que estava sujo, fazendo o amigo sorrir — O que foi?
— Esse guardanapo esta sujo — Ele explicou — Já estamos chegando, então eu te dou um guardanapo limpo, você melou todos que estavam aí.
A castanha assentiu.
Sánchez abriu um largo sorriso quando estacionou o carro em frente a sua casa, abriu a porta do mesmo e saiu ainda sorridente em direção a Anna que estava sentada na varanda de sua casa, aquela era a primeira vez que ela ia lá, e isso o deixou muito feliz. A castanha impaciente por ainda está dentro do carro quando sabia que o amigo já havia saído, resolveu descer do carro sozinha, mas tinha uma poça de lama do lado que ela estava, e quando desceu acabou caindo nela.
Jorge chegava no local e viu quando Silvia caiu, olhou para o Sánchez que não tinha percebido a queda da castanha e estava beijando a namorada, e sua raiva só aumentou. O xerife logo parou a caminhonete e correu até onde a castanha estava, fazendo com que a atenção do casal se voltasse para ela.
— Você está bem? — Ele perguntou, a segurando pelo braço pra ajuda-la a levantar.
— Jorge?! — Silvia perguntou surpresa reconhecendo a voz do xerife.
— Está bem? — Ele repetiu a pergunta — Se machucou?
— Não, só devo estar um pouco suja — Ela disse — O que você está fazendo aqui?
O xerife não respondeu, voltou sua atenção para Sánchez que caminhava até eles.
— Está bem, Silv? — Ele perguntou ignorando a expressão raivosa que Jorge o olhava — Eu me esqueci que ali tinha uma poça de lama, deveria ter te aju…
Ele não conseguiu terminar de falar, o xerife lhe deu um soco forte que o fez dá um passo atrás. Anna correu até eles sem entender.
— O que foi isso?!
— Vocês dois não tem vergonha?! Aliás, você não tem vergonha? — Ele perguntou quase gritando apontando para Sánchez — Como tem coragem de trair a Silvia!
— O que?!
— Ora, não venha dar uma de inocente, e você Anna, estou muito decepcionado com você!
Silvia escutava tudo muito confusa, não sabia o certo o que estava acontecendo e isso a deixou impaciente.
— A Anna está aqui? — Ela perguntou, mas sua voz não foi ouvida diante dos gritos dos homens.
— Por que diabos me bateu?! — Sanchez gritou sendo contido por Anna que o segurava para que ele não revidasse o soco.
— Ainda tem coragem de perguntar o por quê?! Pensa que não sei que deixou a Silvia sozinha ontem a noite e foi encontrar a Anna!
— E qual o problema dele ter ido encontrar ela? — A castanha perguntou com um tom de voz elevado, fazendo com que o xerife se voltasse para ela, agora um pouco confuso.
— Você não ver problema em seu namorado sair a noite para encontrar outra mulher e te deixar sozinha?
Silvia soltou uma gargalhada alta, e Sánchez a acompanhou, o que deixou o xerife confuso e irritado.
— Bom… Sou cega, por isso é impossível eu ver esse “problema” e outra, o Sánchez não é meu namorado.
A boca de Jorge se formou um “O” totalmente surpreso, mas também confuso, ele continuo encarando a castanha que ainda sorria, e logo em seguida voltou a atenção para Sánchez que tentava controlar o riso diante da trapalhada que o xerife tinha armado.