seventeen

183 23 14
                                    

Ele respirou fundo quando saiu do quarto, ainda não estava acreditando que o pai da castanha havia sido capaz de fazer aquela barbaridade, e também não estava conseguindo acreditar que mesmo sabendo a verdade ela ainda se recusava a denunciar o pai. Ele piscou algumas vezes antes de caminhar até o hall da pousada onde Margarete o esperava. Ela estava sentada ao lado de Miranda, às duas conversavam de forma descontraída, até que perceberam a presença do xerife.

— Cadê a Silvia? — Margaret perguntou ficando em frente ao homem.

— Ela não vai para casa hoje, está muito cansada e pediu para dormir no meu quarto.

— Como?! Ela está bem? E como foi a conversa com o Justin? Quero vê-la.

— Ela quer ficar sozinha, Margaret, tenho certeza que quando ela estiver melhor vocês duas irão conversar e ela te contará tudo.

— Eu quero vê-la!

— Margaret, ela não quer que ninguém a veja, me desculpe, mas eu não irei deixar você entrar no meu quarto.

Miranda segurou o braço da outra senhora.

— Eu posso levar você para casa — A mãe de Jorge disse — Amanhã cedo meu filho levará a Silvia para a cabana, não se preocupe tanto.

— Isso — Disse Jorge — A minha mãe a levará e amanhã cedo levo a Silvia.

Se vendo sem saída, Margaret assentiu e logo às duas senhoras saíram da pousada. O xerife ficou as observando de longe em seguida voltou para o seu quarto, e encontrou a castanha deitada na sua cama, dormindo ou, pelo menos era isso que ele pensava, caminhou até o banheiro onde tomou um banho demorado. Deixando que a água quente caísse sobre seu corpo até que ele se sentisse relaxado. Saiu com uma toalha enrolada na sua cintura, se surpreendendo ao ver Silvia com os olhos abertos.

— Pensei que estivesse dormindo — Disse ele caminhando até o closet.

— Eu tentei, mas não consegui, e a Margaret? Você não contou nada a ela, certo? — Ela perguntou sentando na cama.

— Certo, não contei, mas continuou pensando que você tem que contar a ela a verdade, e tem que denunciar o seu pai.

— Não... — Disse ela murmurando, enquanto fechava os olhos, deixou mais algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto, sem conseguir tirar da sua mente as palavras de Justin.

Jorge voltou para o quarto e ao perceber que a castanha estava chorando novamente, ele caminhou até a cama e sentou ao seu lado, a abraçando com força. Ela deitou seu cabeça no peito dele e chorou em silêncio por mais alguns minutos. Sua cabeça estava explodindo quando ela limpou suas lágrimas ainda abraçada com o xerife, que estava em silêncio junto a ela.

— Você não tem nenhum remédio que passe me dar para eu dormir?

— Não, Silv, se você quiser posso sair para comprar...

— Não — Ela o interrompeu de imediato, não queria ficar sozinha — Sinto que não vou conseguir dormir.

O xerife abriu a boca para responder, mas foi interrompido por duas batidas em sua porta, ele deixou a castanha sozinha na cama e caminhou até ela, dando de cara com o rosto sorridente de Rebecca assim que abriu a porta. Ela segurava a mala de dinheiro que Margaret havia o entregado quando chegou na pousada com Silvia.

— Ele não vai mais incomodar ela — A ruiva disse em sussurro entregando a mala para o xerife.

— O que você fez?

— O que você mandou — Ela disse e ele assentiu fechando a porta do quarto.

— Quem era?

— A Rebecca — Ele respondeu voltando para a cama e a envolvendo novamente em um abraço.

InalcanzableOnde histórias criam vida. Descubra agora