— Ela estar demorando — Disse o xerife checando seu relógio de pulso — Já faz muito tempo que ela saiu? — Ele perguntou a senhora que também estava aflita pela demora da castanha.
— Pensando bem já faz quase uma hora.
Margaret levantou-se da cadeira e caminhou para fora da cabana, Jorge a segui, desde que havia dado o cachorro para a namorada ela costumava passear com Sunny ao redor da cabana, mas nas últimas semanas eles estavam indo cada vez mais longe, e hoje... Bom, eles ainda não haviam voltado.
— Eu vou atrás dela.
— Não, Jorge, vamos esperar só mais dez minutos, ela deva estar voltando.
— Dez minutos — Ele repetiu — Se a Sílvia não voltar vou atrás dela.
A senhora assentiu, por mais que estivesse tentando se manter o mais calma possível, estava muito difícil, ela nunca ficará tanto tempo sem notícias da castanha. Os dois ficaram em silêncio durante os dez minutos que passaram-se, ambos andando de um lado para o outro tentando não pensar em nada de ruim que pudesse ter acontecido com ela.
— Chega, eu não vou mais esperar — Jorge disse caminhando em direção as árvores que tinha perto da cabana.
— Me espera — Disse Margaret correndo para fechar a porta da cabana — Eu vou com você.
Os dois saíram a procura da castanha, eles andavam em silêncio, estavam nervosos demais para pensar em conversar, no fundo, os dois sentia que tinham culpa nesse sumiço de Silvia. O xerife pensava que se não tivesse a presenteado com um cachorro nada disso teria acontecido, já Margaret sentia-se culpada por ter deixado que ela saísse sozinha sem sua supervisão, desde que a castanha tinha ficado cega ela nunca a deixou sair sozinha justamente por medo de que algo acontecesse com ela.
— Você escutou isso?!
— O que?
— Um latido — Disse Jorge, tentando escutar de onde vinha o som.
— Está vindo do rio — A senhora disse com a voz trêmula.
Eles começaram a correr em direção ao som do latido, o xerife foi o primeiro a avistar Sunny que continuava a latir em direção ao rio, os olhos de Jorge se voltaram para onde o cão latia e ele sentiu seu coração acelerando, e um nó se formou em sua garganta.
As coisas aconteceram em câmera lenta para Margaret.
Ela parou de correr quando viu que a atenção do xerife assim como a do cachorro estavam para uma única direção, seus batimentos cardíacos diminuíram quando ela olhou para o corpo boiando sobre as margens do rio, Jorge entrou na água e não demorou muito para sair com o corpo de Silvia em seus braços, ela estava em um tom de branco quase azul, não tinha sinal de sangue em seu corpo. Ele colocou-a deitada no chão enquanto fazia uma respiração boca-a-boca nela. A senhora se aproximou sem conseguir controlar as lágrimas, abaixou-se do lado da castanha e tocou seu pulso.
— Não consigo sentir o pulso dela — Ela murmurou — Eu não sinto... Ela… Jorge!.
Ele parecia não escutar o que a senhora falava.
Olhava o corpo de Silvia deitado na chão, completamente sem vida, parecia que seu mundo estava despencando a sua volta, a voz de Margaret ao fundo junto com o som de Sunny que continuava a latir.
" — Olá — Ele disse quando chegou ao outro lado da rua onde as duas mulheres estavam — Vocês são novas por aqui.
— Olá — Disse a mais velha — Sim somos, nós moramos na cabana que fica nas montanhas.