Os olhos de Margaret se arregalaram ao ver o xerife com Silvia na porta do quarto de Miranda, ele as encarava com um olhar fuzilante, ao seu lado a castanha estava com uma expressão confusa em seu rosto, não fazia ideia do que estava acontecendo.
- Jorge... - Miranda tentou falar mas o filho saiu irritado antes que ela terminasse a frase - isso não poderia ter acontecido.
- Calma Miranda...
- Não me peça calma! - exclamou a senhora andando de um lado para o outro - isso não teria acontecido se você não tivesse aparecido na minha vida.
- Como?! Isso não teria acontecido se você não tivesse escondido sua sexualidade do seu filho durante anos, não venha colocar uma culpa que não é minha em cima de mim.
Miranda encarou a mulher a sua frente por alguns minutos, então saiu do quarto em busca do filho. Margaret olhou para a porta e percebeu que a castanha ainda estava lá, então ela sorriu sem mostrar os dentes e caminhou até ela, tocando seu braço se fazendo notar.
- Vamos tomar nosso café dá manhã.
- Ele pegou vocês? - Silvia perguntou enquanto as duas caminhavam pela pousada - eu tentei evitar... Pelo menos vocês estavam vestidas certo?
Margaret gargalhou.
- Sim, a gente só estava se despedindo... Com um beijo, você acha que o Jorge...
- Ele não é homofóbico Margaret - disse Silvia antes mesmo que a senhora pudesse terminar sua frase.
- Será? Você sabe que as pessoas podem dizer que não tem nada contra, que respeitam até ter alguém da família, principalmente se esse alguém é a sua mãe.
A castanha não respondeu, realmente não fazia ideia de como o namorado estava digerindo aquilo. As duas chegaram ao restaurante do local, onde Margaret fez os pedidos, não demorando muito para que eles chegassem, já passava das oito então o local estava praticamente vazio. Silvia e Margaret sentaram e esperaram que um dos garçons do local vinhesse para que elas fizessem o pedido.
- Você acha que isso pode recair sobre o relacionamento de vocês?
- O que? - perguntou Silvia arqueando uma se suas perfeitas sobrancelhas.
- Meu relacionamento com a Miranda, você acha que o xerife pode não gostar quando souber que você já sabia de nós duas?
- Aí Margaret, para de pensar nisso.
- É impossível - a senhora respondeu e em seguida o garçom chegou para que elas fizessem os pedidos, depois de anotar tudo ele se foi então Margaret voltou a falar - e eu não sei se a Miranda vai querer continuar comigo caso o xerife não goste...
- Por favor Margaret - a castanha começou a falar a atrapalhando de terminar sua frase - ela será uma idiota se romper com você por causa do Jorge, e pare de chamar ele de xerife, ele é meu namorado e não quero você se referindo a ele de forma tão formal.
- Todos nessa cidade chama ela de xerife é uma questão de respeito por ele ser uma autoridade.
- Acontece que você é a sogra dele e não precisa dessas formalidades, ok?
Margaret sorriu e segurou a mão de Silvia por cima da mesa.
- Pra eu ser sogra dele eu precisaria ser sua mãe.
- E você é.
Os olhos da senhora se encheram de lágrimas que ela logo cuidou de secar.
- Você sabe que eu não gost...