Capítulo Doze

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        O homem de ombros largos, com os olhos cor de mel e cabelos castanhos-claros pelos ombros e o jovem de cabelos pretos aproximam-se da cozinha a sorrir, elas param de falar, o mais velho tira uma maçã da cesta de verga que está no centro da mesa, tira uma dentada com a boca.

- De quê falavam? – Inquire.

      Camila roda sobre os calcanhares caminha para seu irmão, o abraça e dá-lhe um beijinho na cara, ao passo que a rapariga baixa a cara e fica ligeiramente corada, encolhe os ombros reflectindo que tem de lhe responder alguma coisa. Entretanto, Camila a salva.

- De Bruno – responde por fim, deixa Inês um pouco incomodada. – Porquê?

       As raparigas olham-se entre si, Inês sorri com os olhos como forma de agradecimento. Vasco não se convence muito do que sua irmã acaba de declarar vê em Inês o susto, não quer entender talvez por serem incompatíveis.

- De Bruno? – Estranha - acho que estavam a falar de algo mais – afirma, demonstra a sua certeza – não é Inês?

   Camila sorri de soslaio, tem a certeza de que seu irmão sabe que a sua amiga é caidinha por si, talvez seja por esse motivo que ele esteja a mudar, talvez tenha reencontrado a sua razão de viver, e esteja a voltar a ser o irmão que uma vez conheceu; Porém aquela jovem inocente não tinha a coragem para admitir o que sentiria por seu patrão, após a morte de Laura viu a oportunidade, de fazer feliz aquele homem que tanto ama. Contudo, ele parece não a querer, refugiando-se na sua própria dor, solidão e sofrimento.

- Inês! – A rapariga já limpa o mesmo copo à vinte minutos permanece pensativa com os seus olhos cheios de água, sorrindo imagina uma vida diferente, ao lado daquele que faz o seu coração acelerar.

- Hum! – Pisca os olhos acordando de um sonho que será lindo, e na sua inocência se irá realizar tal como imagina.

O homem de ombros largos já a chama há tempo suficiente. A rapariga poisa o copo em cima da banca.

- Por favor, ajudas Bruno nos trabalhos da escola. – Ordena.

A moça está farta de lhe fazer todas as vontades, sem ter uma compensação, também de Vasco não se poderia esperar nada, cumpre as suas tarefas quase como uma obrigação metódica.

*

Helena procura na Internet sobre a sua dúvida existencial, mais irrequieta do que nunca querendo ganhar o seu próprio dinheiro sempre assistiu às visitas de sua prima Joana Cunha, nos dias em que a jovem ficava lá em casa, o seu pai mudava bastante com a sua presença, nunca entendeu o motivo mas estava diferente parecia que Joana era a sua filha. Entretanto, ouve umas batidas na sua porta.

- Quem é? – Pergunta.

A porta abre-se a menina alta e magra com a boina de cavaleira, um chicote na mão, entra no seu cómodo.

- Lena estás aqui há horas – pausa – não estás cansada?

Helena fecha a página do computador, assustada cm o que sua irmã possa pensar.

- Rita, que surpresa – declara admirada – nunca me vieste ver. – Sorri cínica. – Parece que não faço parte da família.

- Não é impressão tua.

A rapariga magica algo na sua memoria será sua impressão ao longo de vinte anos? Será impressão que ande afastada dos irmãos? Será impressão que tenha sido posta à margem por nada. De certeza, não! Eles a tinham marginalizado sempre, nunca se sentiu verdadeiramente acolhida pela sua família: ou desejada por seus irmãos: Fernando é o mais velho e é o preferido de seus pais, por que conseguiu entrar no curso de Direito salvo o seu percalço inicial, é advogado com honra e mérito e tem uma noiva que ao que tudo indica se casará no dia 13 de Agosto deste ano; apesar dos esforços todo João é um falhado, entrou em Direito mas logo desistiu para seguir a carreira de artes e há nove anos está no primeiro ano; Rita apesar de ser a mais nova é a atleta de alta competição na modalidade de equitação é a mais querida e também a mais mimada de todos.

Alto dos Vendavais - Volume I - Os Ricos Também ChoramOnde histórias criam vida. Descubra agora