Capítulo Vinte e Cinco

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Cada vez mais pálida e mais cansada a pastora sai com o seu rebanho sobe o caminho a terra batida encontra uma senhora baixa e forte, que vinha do tanque com um cesto de roupa limpa encontra-se com uma mulher loira de cabelos cortados, trajada de luto com um molho de couves, ambas a olham com desdém, dona Capitolina poisa o cesto, no chão leva as mãos à anca endireita a coluna. A jovem que se apoia no seu cajado para andar, puxa o seu chapéu de palha para cima, e delicadamente cumprimenta as suas vizinhas.

- Bons dias. – Em seguida segue o seu destino apoiando-se no seu cajado.

Assim que a rapariga passa pelas senhoras idosas de luto que param a conversa. Deixam-na distanciar para que a rapariga não possa ouvir, então a mulher mais forte e baixa cotoqueia a outra mais alta que também está de luto.

- Como a pastora está, - admira-se Dona Alice, mordendo o seu lábio inferior.

Enquanto, a Dona Capitolina lhe bate no braço, chamando a sua atenção, sabendo a vida de toda a freguesia, mesmo quando não sabia deitava-se a adivinhar, de uma forma ou de outra as coisas saíam certas:

- Hoje em dia, já não se pode confiar em ninguém, meu Deus, então tu não sabes, Lice, que a Maria – Rapaz está prenha?

A Senhora dona Alice muito respeitada e profundamente católica, que bebia o bom vinho em honra ao seu criador, ia todos os dias à missa, do senhor padre Américo, sendo um verdadeiro escândalo, leva a mão ao peito:

- Meu Deus, o mundo está mesmo perdido – pausa – e o padre Américo, já sabe?

A outra dá aos ombros, não sabia, porém suspeitava de uma verdade:

- Já... - pausa – então se o pai é o Francisco.

*

O homem de ombros largos e cabelos castanhos-claros, os olhos cor de mel, entra na mercearia, estava vermelho e suado, tira a camisa de linho por causa do intenso sol que se fazia sentir naquela manhã, quando vê a silhueta da menina que deseja.

- Inês por aqui tão cedo? – Inquire um pouco assustado com medo que ela descubra o que se passa nas suas costas.

Não tinham nada um com o outro, mas estavam prévios a algo de concreto, a rapariga embora não soubesse dava todos os sinais.

A jovem engole em seco, sentindo-se um pouco envergonhada, com os trajes de Vasco baixa os olhos castanhos e aguados profundamente incomodados apáticos.

- Ah, Vasco! – Pausa – quero um quilo de farinha, arroz e cevada – respira fundo – têm ovos frescos? – Apesar de saber as supostas intenções de Vasco, ela deve-se dar ao respeito, e continua como se nada fosse.

Inês sabe do passado daquele que tanto ama, sabe que não é nada fácil o conquistar daí a ser dura para com ele, mesmo que isso lhe custe, só assim ele aprende a ter limites. Senão, ele ficara a saber mais do que a própria, isso não lhe convém, a nenhum dos dois, Vasco por sua vez prevê que ela está fria e distante, demasiado para o seu gosto.

- O quê foi? – Quesita ele, temendo que aquilo que conseguiu com a rapariga se perdesse tudo e ela se desmocione, perca o seu comboio e de alguma forma o deixe o mesmo será dizer que se desiluda consigo próprio, nunca se sabe o que se passa por cabeça de uma mulher – o quê ouviste?

Reflecte, afinal Úrsula não é o que parece ser... pensa ele, com alguma razão, pois uma mulher nunca se vende por pouco, acena a cabeça de olhos fechados arrependido.

Alto dos Vendavais - Volume I - Os Ricos Também ChoramOnde histórias criam vida. Descubra agora