Capítulo Dois

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«O local mais ameno e deleitoso em que as plantas, o ar, e a situação, tudo permanece numa harmonia suavíssima e perfeita; não há ali nada de estupendo, mas há uma certa simetria de cores, de sons, de disposição em tudo quanto se vê e se sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego de espírito e o repouso do coração devem viver ali, reinar ali, um reinado de amor e benevolência.»

Almeida Garrett

O astro rei brilhava no azul do firmamento iluminava os dois amigos que permaneciam sentados debaixo de uma enorme árvore com os seus grandes braços erguidos ao firmamento. A planície localizada no cimo de uma montanha era toda verdejante, perto à nascente de água por onde jorrava o seu líquido incolor refrescante, fervia nas profundezas das rochas.

Particularmente, hoje Matilde acordara indisposta como há algum tempo, não tinha a aptidão de cantar, nem de tocar na sua flauta. Estava mais séria do que o habitual. Não queria falar sobre o assunto com ninguém até nem sabia qual era.

- Matilde, - chama-a o jovem – está tudo bem?

A jovem permanece muda encara as nuvens no céu ansiava voar até lá e tocar-lhes nem que fosse com a ponta dos dedos. Perpetua-se distraída.

- Terra chama Matilde! – Insiste o rapaz, para quem ela seria angelical.

Ela gostava daquela sensação de liberdade, de andar no monte. Embora, algo a preocupa e a leva a pensar em coisas que não deve. Abana a cabeça. Antes de responder ao rapaz.

- Estou preocupada. - Diz ao fim de algum tempo – com a minha avó. – De repente cala-se como se tivesse falado a mais, tosse para mudar o rumo à conversa.

Pastora necessitava de desabafar, estava realmente indecisa sobre a conduta do seu amigo, por outras palavras não sabe se pode confiar em Francisco, sobre o que realmente a preocupa, não lhe agrada em nada os sentimentos que o jovem parecia nutrir por ela, o viria como alguém à sua merce e a quem se trai, a adoração especial do jovem a faria acompanhar para todo o lado.

- Mas a tua avó está doente? – Inquire preocupado.

*

O loiro elegante alto, de ombros largos e mãos grandes desce as escadas, move-se com uma postura reta, transmitindo a segurança e certos valores de eficácia que lhe caiam bem, à sua personalidade, caminha com o seu passo dançante por entre os carros estacionados sob o Sol ardente abre a capa que está colocada aos ombros. Doutor Fernando sobe o degrau do passeio que lhe dava acesso à esplanada, por sua vez, destinava-se à entrada de um café somente para os alunos e docentes da Faculdade. Com a sua mão empurra a porta que permanecia fechada por causa do ar condicionado. No interior fresco do estabelecimento comercial daquela instituição, existia um largo com três filas de mesas e de cadeiras, em frente à janela voltada para a terraço com múltiplas mesas cobertas com chapéus de praia onde alguns estudantes estudavam, um grupo do fundo jogava às cartas.

No interior do bar universitário perto da arca de gelados a que se completava ao caixa de pré-pagamento, seguida do vitrina em vidro na qual se observam sandes, e bolos para vender. A parede construída em azulejos com o padrão creme, localiza-se um frigorífico que continha algumas bebidas alcoólicas entre outras, uma mesa estreita em alumínio, que contém a máquina do café, e quatro micro-ondas até ao fundo.

Pisa a tijoleira vermelha bassa, o volume alto das vozes ouve-se o certo ruido de fundo que caracteriza o ambiente. O moço vai para a fila indiana do caixa, quando um outro rapaz mais velho lhe sorri. Mas, aquele doutor não o vê por que segue com atenção, a fila segue o seu curso normal Fernando aproxima-se do recetáculo. O empregado trajado com o seu uniforme sorri-lhe.

Alto dos Vendavais - Volume I - Os Ricos Também ChoramOnde histórias criam vida. Descubra agora