Capítulo Vinte e Um

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A sala de aula vazia apenas cinco pessoas sentadas perto do quadro branco, os quarto professores e a candidata em apuros.

- Qual a duração máxima de um inquérito?

O silêncio vindo daquela pessoa, os nervos e o incómodo eram angustiantes. Pensa em Fernando, baixa a cabeça "se ele me deixar, a minha vida terminou", sem estar atenta à oral vários problemazinhos passam por sua mente o que a subcarrega, decide por último que não poderá deixa-lo ir à aldeia sozinho.

- A senhora estudou ou ando a perder o meu tempo?

Inquire cinicamente o docente enquanto prime o côncavo com fraca cara, de má vontade. Entretanto, a descendente sacode a sua cabeça para afastar os maus pensamentos.

- Desculpe – pronúncia num fio de voz – estudei e até estudei muito – gagueja a sua voz rouca falha-lhe.

A professora olha para as folhas das perguntas.

- O que é Tribunal de Execução de Penas?

Engole em seco, encara o tampo da mesa não resposta, morde em seguida os seus lábios revoltada, a sua cabeça pesa em cima dos ombros, lateja.

- Não entendo.

Entretanto a professora de semblante carregado cruza novamente as pernas e apoia os cotovelos na sua mesa, quando por fim bate com a sua palma da mão de força em cima da mesa, e diz altivamente:

- A sua oral acabou. – Pausa – saia.

O silêncio abate-se naquela sala, a aluna permanece petrificada sem sair do seu lugar as pernas tremem, ainda assimila a informação não pode reprovar, tem um casamento para planear.

- Professores – a mulher a encara altiva, enquanto o homem sentado a seu lado que escrevia ergue a cabeça – eu não – gagueja sente uma ligeira tontura – não posso repetir – engole em seco – tenho de me casar – implora – vá lá.

Nunca tinha implorado na sua vida, nada é totalmente contra a quem o faz, quem pede para passar, uma vez a rapariga estuda e se sabe passa se não sabe não passa, sendo esta a sua primeira vez como dizem há sempre uma primeira vez para tudo.

- Já lhe disse – morde o interior do seu lábio – a senhora não sabe a matéria – sorri simpaticamente – tente vir a exame – é urbano – entendo que tenha a sua vida pessoal, - baixa os olhos continua a escrever – mas a vida profissional também é importante. – Pausa para mudar de assunto, bebe um pouco da sua água – para termos tempos livres à que merecer, não acha? – A rapariga engole em seco – infelizmente, a sua oral correu mal.

A rapariga engole em seco, não podia dar parte fraca, levanta-se e sai chateada, bate a porta de força. Tornar-se apática com a notícia de Edmundo Pestana não acredita nele. Todavia, sabe que existe tal possibilidade, o rompimento é o mais certo.

*

Cada vez mais próximo tomba a sua cabeça para o lado serenamente estica a sua mão e faz-lhe uma festa na cara, a impede que ela fuja ou se distancie, o que impede de concretizar a sua tarefa. A jovem indefesa ergue a cabeça, o vendo a sorrir deleitado com a postura da sua menina, encantado as faces com um pouco de rubor, a pouca luz daquele quarto encerrado com os móveis cobertos por lençóis, o cheiro a pimenta invade o nariz, o cheiro a incenso imanado do corpo da rapariga se entranha e imiscui com o seu cheiro a água-de-colónia, ambos dão as mãos em sintonia. Experientemente, Vasco aproxima a sua cara à dela, repara que tem um sinal no pescoço, as bocas encaixam-se na perfeição, fecha os olhos. Enquanto Inês permanece de olhos bem arregalados de faces sumidas, pela força daquele beijo que lhe é arrancado, vendo nitidamente a porta fechada, no alcance da sua visão turba, está assustada, parece assustada, ele nota alguma retumbância por parte da rapariga, que é difícil ser beijada por si e desiste:

Alto dos Vendavais - Volume I - Os Ricos Também ChoramOnde histórias criam vida. Descubra agora