Capítulo Dez

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Ele a olha com estranheza como sua noiva era capaz de rir de um assunto tão sério como um divórcio, é um assunto bastante sério para se troçar. Não tinha de ficar triste, simplesmente haveria de respeitar, como uma pessoa que é.

- Qual é a graça? – De semblante duro, magina até que ponto a sua futura esposa demonstra ser frívola.

A rapariga alta de cabelos e olhos negros, com uma trança reflete um pouco na nega que o seu noivo lhe deu, estreita os seus olhos.

- Pois – pausa – realmente não tem nenhuma desculpa. – Para seu desgosto vê que seu noivo está diferente, não sabia o quanto tinha mudado – ah! Temos de pensar que é só um caso, uma história.

Fernando sempre levou a sua vida demasiado a sério, nunca se divertiu com os casos, afinal são da vida real, são vidas de pessoas que se tratam, vidas reais problemas que as pessoas têm, ele não podia gozar com isso, é baixo demais, brincar com problemas sérios.

- Sim – afirma – mas, trata-se de pessoas reais – espanta Esther – e para mim os casos são importantes.

A rapariga leva as mãos à anca pensativamente, o seu noivo tinha razão, era pessoas que sofriam por injustiças e necessitam de profissionais para as defender. Em seguida, reflete numa nova problemática. Fica séria de repente:

- O que foi?

Tinha que lhe dar razão, afinal ela tinha errado, a coisa que mais detesta é assumir que errou, todavia precisa de esclarecer a sua dúvida:

- Tens razão, - encara séria, engole em seco – então porquê me trataste daquela forma no banho?

Tem medo da sua resposta, não quer ouvir que já não a ama, que estava farto dela e que quer dar um tempo à relação.

- Ah, Esther – exclama ele – eu preciso de me concentrar.

O alívio fora de imediato, quase instantâneo, ainda mais quando a agarra pela cintura e a puxa logo a beija, era um beijo delicioso.

- Temos de nos despachar...

- Temos de ir mesmo à faculdade, hoje? – Pausa – não me apetece nada.

- É a última aula do curso, temos de saber a nossa nota.

Ela apoia a cabeça sobre o seu peito, tinha preguiça. Mas, sabia que a professora "Franjas" como lhe chamava iria-se vingar.

- Ok – responde por fim – é a última vez que vemos a turma.

- Bom, sim! – Beija-a mais uma vez – também se alguém for. Eu quero saber a minha nota, por isso aconselho-te a ir vestir – dando-lhe mais um beijo – imediatamente.

A solta tinha mudado outra vez era difícil acompanhar os seus estados de espirito. Ultimamente, ele parecia um camaleão sempre a mudar de comportamentos, era indeciso, ela podia prever que ele estava indeciso. A rapariga não sabia se é para ficar, tinha bastante medo de lhe dizer aquilo que tinha para lhe dizer, imagina que aquela seria a melhor altura.

- Meu amor – apela de modo manhoso – tenho de ir à Vanda, - ele fica em alerta, dando-se conta que sabia mais da vida da amiga de sua noiva, sem nunca a ter visto – hoje à tarde.

Fernando caminha, pensativamente até à cozinha, em silêncio, se Vanda é a sua melhor amiga, então ele devia de conhecer, não acha que tenha mal.

Alto dos Vendavais - Volume I - Os Ricos Também ChoramOnde histórias criam vida. Descubra agora