Visita

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   – Drama? Tá achando que foi rápido? O horário de visitas já até acabou. - Paro bruscamente assim que ela fala isso. - O que foi? Não estava toda convicta e apressada até agora?

(S/N)

Pensa, (S/N), pensa! Droga viu! Esses momentos de recordação só me fazem travar! E pra completar a Dani ainda fala isso. Pronto, deu um branco aqui. Alguém rebobina.

– Então... — tento falar alguma coisa, mas a verdade é que nada passava pela minha cabeça.

– O crachá, (S/N). — Aponta para minha jaqueta e eu franzo o cenho, sem entender nada. — Vamos entrar como médicas, pega o crachá que tá aí no seu bolso.

– Ah é! — Exclamo como se tudo clareasse na minha cabeça.

– Meu Senhor, o que deu em você? — Ela diz pondo a mão na testa.

Fico em silêncio por um instante. Aquilo já havia acontecido antes, Dani sabia. Ela sabe tudo sobre o meu passado, porque éramos vizinhas. A mãe dela mora até hoje na casa ao lado da dos meus avós. Mas, como eu disse, já passei por isso perto dela, e foi mais de uma vez.

– Teve de novo aquela pausa do passado assombrado, não é? — Sim, é assim que chamamos esses momentos estranhos. Foi ela que deu o nome, claro. — Ai minha senhora da paciência! — Fala depois de ouvir um suspiro meu, acompanhado de uma encolhida de ombros. — Eu disse que você precisa de um psicólogo, mas não, a Daniela é que é a louca.

– Só vamos entrar, ok? Depois você me dá a bronca de sempre. — A puxo pela mão, enquanto pego meu crachá no bolso com a outra.

– O que estão fazendo aqui? — Joel se aproxima bem quando estamos passando pela porta.

Uma careta se forma automaticamente em meu rosto. Droga! Eu sou queria passar despercebida por ali, ver o Erick e ir embora logo. É pedir demais? Respiro fundo e forço meu rosto a esconder a desaprovação. Dou meia volta e o vejo dando mais alguns passos antes de parar em nossa frente.

– Trabalhamos aqui, dã. — Dani o responde e ele cruza os braços.

– Mas eu sei que as duas estão de folga. Deveriam estar bem longe, fazendo alguma coisa de gente normal.

– E você deveria estar socorrendo alguém, não é? — Digo e puxo Dani outra vez, o impedindo de responder.

  – Erick está fazendo raio-x agora! — Escuto Joel gritar e paro repentinamente, dando um tranco no braço de Daniela.

  – O que deu em você? — Ela pergunta. — Você tá muito estranha, (S/N). Tá se sentindo bem?

  Enquanto ela fala, apenas escuto sua voz ao fundo do meu devaneio. Alguém me diz para procurar Erick. Isso mesmo: alguém.

  – O que deu nela? — Joel, que deve ter corrido para nos alcançar e agora está pasado ao nosso lado, me tira do meu devaneio e eu pisco rápido.

  – Nada não. — Sacudo minha cabeça e respondo no lugar de Dani, a quem realmente foi dirigida a pergunta. — Mas então, onde k Erick está mesmo? — De repente parece que não despertei somente do transe, mas também daquele branco que tinha tomado conta da minha cabeça.

  É como se eu tivesse recuperado o desejo de encontrar o Erick. Como se alguém tivesse apertado um botão de "ligar" e eu estivesse funcionando normalmente outra vez. Finalmente!

  – Raio-x. — Ele fala num tom de quem já aceitou minha teimosia e se deu por vencido. — Mas me diz que você só vai vê-lo e depois voltará pra casa. Sem confusões.

  – Confusões? De onde foi que você tirou isso? — Eu falo e ele faz uma careta. — Óbvio que eu não vou arrumar encrenca. Só quero ver o Erick. Obrigada, Joelito.

  Depois de agradecer com um sorriso de criança boba, eu saio praticamente correndo. Como eu disse, minha vontade de vê-lo voltou e a adrenalina já caiu na minha corrente sanguínea. Mas o que será que está acontecendo comigo?

  – Ei, (S/N)! Espera! — Dani aparece ao meu lado e me acompanha.

  Em pouco tempo chegamos à sala de raio-x, mas contra a minha vontade temos que esperar do lado de fora. Passados alguns minutos mais, Christopher, ao caminhar pelo corredor — porque tudo estava correndo bem demais para ser verdade é alguém precisava nos descobrir, — nos encontra sentadas em frente à porta e se aproxima. Eu, já preparada para ouvir bronca, respiro fundo e alto de propósito, para demonstrar que não sairia dali nem com reclamação, nem à força.

  – O que as moças pensam que estão fazendo? — Coloca as mãos na cintura e ergue uma sobrancelha.

  – Foi tudo ideia dela. — Daniela parece uma cúmplice de assalto quando diz isso, tanto que a olho incrédula. Até parece que ela não aceitou de boa vir comigo.

  – Oi, boa noite. Eu estou bem também, obrigada por perguntar. — Digo sarcástica. —Eu estou esperando conscientemente o paciente sair da sala de exames para visitá-lo. E você?

  – Você tá fazendo tudo, menos sendo consciente. — Retruca. — Internos obedecem os superiores. Por que você insiste em fazer o contrário? Devia aproveitar essa folga e ficar o mais longe daqui. É isso que todos fazem, e vai demorar até ter outro fim de semana livre.

  – Cada um faz o que gosta nas horas vagas. — Dou de ombros.

  – E você gosta de levar bronca e ir contra as regras?

  – Eu gosto de fugir da rotina.

  – Mas sua rotina é vir a este hospital.

  – Amo minha rotina. — Sorrio e devolvo rápido sempre, sem baixar a guarda.

  – E olha que ela foi bem espontânea dessa vez. — Dani surge no meio do diálogo. — Não é sempre que ela surta assim e faz de tudo pra ver alguém.

  – Por que simplesmente não assume que quer o Erick?

  – Christopher, eu sou a médica dele. Zabdiel confiou o caso a mim, não é uma folguinha dessa que vai me afastar daqui. Tenho que manter tudo sob controle. Internos têm que estar livres e a postos 24h.

  – Ah com certeza. Até porque só tem você de interna pra cuidar do caso. Além disso, o que seria do Zabdiel sem você, né? — Ele ri e balança a cabeça. — Mas eu entendo, (S/N). Você queria ver o Erick.

  – Se eu concordar você vai embora?

  – Não. Eu vou entrar lá, estou no caso também, lembra?

  Nem o respondi e ele se virou e foi em direção à sala, entrando nela.

Christopher

  – Tem visita pra você, Brian. — Digo enquanto fecho a porta.

  – Quem? — Ele pergunta deitado na cama para tirar a chapa.

  – Visita? Mas o horário já não acabou? — Zabdiel pergunta de dentro da cabine, para onde eu me dirijo.

  – É que é alguém essencial nesse caso. Tem permissão para entrar e sair do hospital facilmente a qualquer hora. — Coloco papeis que carregava comigo em cima da mesa na frente do médico.

  – Quem? — Erick pergunta novamente e eu o olho através do vidro da cabine.

  – (S/N). — O respondo e ele ergue a cabeça e me olha com os olhos arregalados.

  – Ei! Não se mexe! — Zabdiel repreende. — Espera, (S/N)?! — Ele me olha surpreso.

Demorei ainda mais, me desculpem outra vez. Amanhã eu juro que posto outro.
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Besitos sz

Mi Medicina •EB•Onde histórias criam vida. Descubra agora