— Dra. Eloá!
— Dr. Henrique... — Eloá diz com desânimo evidente em sua voz, assim como em seus olhos.
— Já se conhecem? — Zabdiel os pergunta e Henrique concorrida com a cabeça, enquanto Eloá expira em bom tom. (S/N) rola seu olhar pelo chão até chegar aos pés da amiga; foi aí que subiu sua visão até o rosto dessa e viu o desconforto que ela sentia no momento.
Como o silencio já pairava sobre eles, alguém devia cortá-lo, e esse alguém seria (S/N). Precisava ajudar sua amiga. Dentre várias frases que lhe vinham à mente, ela tentava formular uma boa o suficiente para tirá-las dali. Contudo, não esperou sua mente terminar o serviço e apostou no possível.
— Temos que passar a visita. Com licença, doutores, foi um prazer, mas somos internas. Sabem como é. — E com um sorriso sem jeito ela agarrou no braço da amiga "congelada" e começou a puxá-la junto a si.
— Mas que visita?
Por que se Zabdiel não interrompesse, não seria Zabdiel.
— É... — (S/N) teve sua respiração acelerada num instante. A mente travada não pensava em nenhuma mentira.
— Elas são internas, sempre têm coisas pra fazer pelo hospital. — Dra. Laura foi quem as salvou dessa vez. — Aprender nunca é demais, não é, Doutoras? Quando eu era interna me metia em qualquer lugar atrás de um paciente.
— Pois é, exatamente assim. — Dani, que apenas observava, notou a situação e, antes de se juntar a Eloá e (S/N) mais adiante, cutucou Maya com o cotovelo, dando um aviso para a outra também se tocar. — E a concorrência tá grande, sabem como é. Se bobear, outro interno pega seu lugar e seu paciente. Loucura.
— Isso aí. — Maya acorda e corre para o lado das outras três, assumindo uma postura bem ereta e tensa. Óbvio que a essa altura é impossível esconder que toda essa enrolação é por causa do desconforto de Eloá, e isso parece realmente divertir Henrique, que apenas observa com um sorriso bem aberto no rosto. — Não queremos deixar os grandes casos para os outros, temos que correr para não ficar com os resfriados enquanto os outros pegam traumatismos sérios.
— Vocês não estão mais no trauma—- Zabdiel começa a interromper novamente, mas Dra. Laura outra vez intervém.
— Não há especialidade quando o assunto é salvar vidas. — A mulher vira o rosto para o cirurgião com os olhos arregalados em apreensão, como se pedisse para que ele baixasse a guarda e entendesse que elas só queriam sair logo dali. Em sua cabeça, (S/N) agradecia aos céus por isso e enxergava a psiquiatra como um anjo. — Até logo, Doutoras.
E então as quatro se viraram rapidamente e se puseram a caminhar apressadas até o final do corredor, onde, ao chegarem, começaram a correr em direção ao quarto do conforto dos internos. Assim que entraram nesse, as quatro garotas ofegantes gargalharam simultaneamente relembrando da situação passada.
Daniela encostada na porta, como se estivesse evitando que alguém a abrisse, Maya sentada numa cadeira e Eloá na cama, na qual também está deitada (S/N). Aos poucos as gargalhadas diminuem até a última garota, Elô, soltar um suspiro acompanhado de um "aiai", dando espaço apenas aos barulhos das respirações de todas elas. Maya não podia deixar de questionar a amiga, então tomou a iniciativa.
— Elô, o que foi aqui lá? — Assim que a pergunta foi feita, a receptora pigarreou com o desconforto que tornou conta de si outra vez. — Qual foi, a gente te livrou daquilo, agora o mínimo que você pode fazer é explicar pra gente. Você já conhecia o Dr. Henrique?
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Mi Medicina •EB•
Fanfiction(S/N) estuda medicina; deu tudo de si durante 4 anos dentro de uma faculdade e, agora, finalmente vai começar o internato. Junto a suas 3 melhores amigas: Dani (a mais próxima), Maya e Eloá, ela passará pelo tudo ou nada de sua futura profissão; a p...