- Não sei o que é melhor. - Brian ri ao falar. - A minha médica gata ou meu melhor amigo vendo minha bunda? Não consigo nem escolher.
Até que (S/N) e Erick conseguiram disfarçar bem o clima. Bom, pelo menos nem Zabdiel nem Christopher perceberam que a médica e o paciente acabaram de transar em plena enfermaria, no pós-operatório dele, que nem as costelas curadas ainda não tem. E tudo isso graças ao plano de (S/N)! Vamos encarar o fato: a brincadeira do toque retal falso acabou numa mentira bem contada, e ambos vão se lembrar dela com bons sentimentos.
Sem dúvidas que Erick, com seus 40 anos, irá fazer o exame de verdade e se lembrará disso. Talvez, nesse momento, não seja a melhor coisa para se lembrar, mas é a vida; a mente nós não controlamos. Nem o coração.
(S/N)
A sexta feira finalmente chegou! Primeiro final de semana livre desde que entramos no internato. Loucura, eu sei; mas é claro que tivemos algumas tardes livres, uma vez que a faculdade é em horário integral, ou seja, tem dias que as aulas são de manhã, outros à tarde, à noite, o dia todo... Enfim, também há dias em que só temos aula e não estágio e, além disso, como meus horários aqui no hospital estão mais que bem completos, eu nem precisaria estar aqui. Na verdade, graças ao Erick eu tenho horário a mais no meu currículo. Ficar no caso dele foi puxado, mas foi considerado na ficha.
Vendo por esse lado, ter cuidado dele por esse tempo foi bom. Certo, não só porque aprendi mais ou porque acumulei horas extras, mas também por eu me aproximei dele. Até demais, não acha, (S/N)? Agora fazer o que, se tudo aconteceu e eu não posso nem negar que foi ruim? Talvez eu goste dele, o que tem nisso?
Desperto no quarto de conforto (que não tem nada de confortável, por sinal) e vejo ninguém está aqui. Minha impressão é de que dormi dois dias seguidos, mas não; o celular me indica que eu dormi por 17h. Sim, dezessete horas seguidas e bem aproveitadas. Sabe aquela sensação que se tem, depois de acordar de um sono tão profundo e longo como esse, de que acabou de sair de uma luta? Pois é, por isso pensei ter dormido mais que uma múmia. Estou arrebentada e olha que praticamente hibernei.
Por falar em hibernar, o dia lá fora está nublado, coisa que percebi assim que levantei-me e abri as janelas. O céu está cinza e uma fina garoa cai do outro lado do vidro. Adianto-me e busco uma blusa de manga longa no armário para vestir por baixo do uniforme. Direciono-me ao banheiro e tomo um banho quente; será que vou ficar doente? Estou com mais frio do que parece ser convencional.
- Peguei caneta, crachá e o pag... - Apalpo apressadamente todos os bolsos da roupa e entro em desespero. - Onde eu te larguei, hein? - Começo a procurar por todo o quarto, nos armários, camas (na beliche, no caso), no banheiro, e nada dele aparecer.
Ouço a porta ser aberta e, logo em seguida, fechada, entretanto ninguém se manifesta. Ainda que não tivesse me preocupado em ver quem havia entrado, o silêncio fez meu corpo congelar e eu virei para ver quem era. Para o meu alívio era Eloá. Ela me olhava com os braços cruzados e uma sobrancelha erguida, estranhando a situação.
- O que exatamente você está procurando? - Sua expressão é calma e sua voz tem um tom sério.
- O meu pager, eu o perdi. - Controlo minha resposta, já que fiquei desconfortável com a presença dela nessa postura.
- É esse que tá preso atrás do seu avental? - Aponta e eu levo minha mão até o local, sentindo o objeto que procurava.
- É esse mesmo! - Digo animada e aliviada também. - Obrigada Elô, meu amô! - Saio apressada, mas antes a abraço rapidamente, deixando-a estática quanto àquilo, algo que me faz rir.
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Mi Medicina •EB•
Fanfiction(S/N) estuda medicina; deu tudo de si durante 4 anos dentro de uma faculdade e, agora, finalmente vai começar o internato. Junto a suas 3 melhores amigas: Dani (a mais próxima), Maya e Eloá, ela passará pelo tudo ou nada de sua futura profissão; a p...